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Mais de 300 malinenses e senegaleses morreram em naufrágios no Mediterrâneo

Nove dias após esta tragédia, o governo do Senegal também anunciou na segunda-feira a criação de uma célula de crise, com uma linha direta para informar os familiares dos desaparecidos

Agência France-Presse
postado em 28/04/2015 16:17
Mais de 350 malinenses e senegaleses morreram nos recentes naufrágios de embarcações de imigrantes no Mediterrâneo, inclusive na tragédia de 19 de abril, quando mais de 700 pessoas morreram na costa da Líbia, informaram nesta terça-feira fontes oficiais dos dois países.

Nove dias após esta tragédia, o governo do Senegal também anunciou na segunda-feira a criação de uma célula de crise, com uma linha direta para informar os familiares dos desaparecidos.

"Mais de 200 senegaleses morreram" no naufrágio de 19 de abril, declarou à AFP Sorry Kaba, diretor do serviço encarregado dos senegaleses no exterior do ministério das Relações Exteriores, explicando se basear "nos testemunhos de sobreviventes e (nos números) da associação de senegaleses na Líbia".

"O ministério dos Malinenses no Exterior lamenta informar o público que o número de mortos em naufrágios na costa italiana aumentou ainda mais", indica o comunicado, acrescentando que "passou a 156 pessoas identificadas afogadas".

"A maioria das vítimas são da região de Kayes", área de alta emigração no oeste do país, perto da fronteira senegalesa, segundo o ministério.

A maioria dos senegaleses mortos também são originários da mesma região, na fronteira entre os dois países, de acordo com informações recolhidas pela imprensa local.

"Uma célula de crise foi criada para acompanhar a situação em colaboração com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Escritório de Migrações Internacionais", indicou em um comunicado a secretaria de Estado dos senegaleses no exterior.

Os parentes "são convidados a contactar as autoridades para transmitir as afiliações de pessoas que poderiam estar entre as vítimas", de acordo com o texto.

Aproveitando-se do caos na Líbia desde a queda do regime de Kadhafi, em 2011, redes de tráfico se organizam para levar os imigrantes que procuram chegar à Europa a bordo de pequenas embarcações, muitas vezes em péssimo estado e sobrecarregadas.

O mês de abril foi particularmente mortal, após o naufrágio que ocorreu após o desaparecimento no Mediterrâneo de cerca de 450 outros migrantes na semana anterior.

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