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Massacre de negros nos EUA reabre debate sobre desigualdade racial

violência policial e a ação de extremistas abrem caminho no debate eleitoral

postado em 28/06/2015 08:00
Manifestantes exibem diante da sede do governo da Carolina do Sul a bandeira confederada, removida após o massacre por decisão da governadora

Mais de 50 anos depois da ascensão do movimento pelos direitos civis, que conquistou legalmente o fim da segregação nos Estados Unidos, os recentes episódios de violência racial colocaram o país em estado de reflexão. Desde o ano passado, uma sequência de incidentes em que policiais usaram força excessiva contra jovens negros, e foram isentados de culpa pela Justiça, provocou revolta em escala nacional. Há 10 dias, o assassinato de nove afro-americanos em uma igreja símbolo da luta contra a escravidão, na Carolina do Sul, levou o próprio presidente Barack Obama a lembrar que a segregação ainda não foi plenamente superada. Enquanto ativistas denunciam a persistência do racismo, estimativas demográficas apontam que a população americana se torna cada vez mais multirracial, e que os brancos se tornarão minoria dentro de algumas décadas ; o que coloca a questão étnica e racial no centro do debate político logo nos primeiros passos da corrida pela sucessão de Obama.

Apesar da comoção nacional em torno do massacre de Charleston, perpetrado pelo jovem supremacista Dylann Roof, o incidente mostrou que a eleição de um presidente negro em dois mandatos consecutivos e a passagem de dois afro-americanos pelo comando do Departamento de Justiça não representam o fim da discriminação racial e do discurso de ódio. Obama não se furtou a manifestar ;raiva; pela chacina. Para Joshua Inwood, professor de geografia e estudos africanos da Universidade do Tenessee, a superação dos impasses raciais exige um debate profundo. ;Como nação, nunca atendemos à questão do legado e do significado dos movimentos de supremacia branca;, observa. ;Tivemos uma guerra civil, há 150 anos, e a luta pelos direitos civis, nas décadas de 1950 e 1960, mas o conceito de supremacia branca sempre esteve presente.;

Um estudo sobre terrorismo doméstico divulgado pela organização New America mostra que, depois dos ataques de11 de setembro de 2001, mais pessoas foram mortas nos EUA em ataques de radicais da extrema direita ; que inclui supremacistas e neonazistas ; do que por atentados jihadistas. Nesse período, foram contabilizadas 48 vítimas do terrorismo doméstico e 26 do extremismo islâmico. Apesar de os dados se limitarem a ações dentro do território americano, os números são um lembrete de que a ameaça doméstica é significativa.

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