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Wikileaks: NSA fez espionagem econômica na França

A lista de personalidades grampeadas pela NSA na França inclui ainda os últimos três presidentes franceses: François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac

Agência France-Presse
postado em 29/06/2015 19:29
A agência de segurança nacional americana (NSA) grampeou dois ministros franceses da Fazenda e praticou espionagem econômica na França, revelam vários documentos do site Wikileaks publicados nesta segunda-feira pelo jornal Libération e a Mediapart.

"Várias personalidades políticas e altos funcionários franceses foram alvo de escutas nos últimos anos", afirmam os dois veículos, citando o atual comissário europeu, Pierre Moscovici, ministro da Economia de François Hollande entre maio de 2012 e agosto de 2014, e François Baroin, ministro do Orçamento e posteriormente ministro da Fazenda do então presidente Nicolas Sarkozy entre março de 2010 e maio de 2012.

A lista de personalidades grampeadas pela NSA na França inclui ainda os últimos três presidentes franceses: François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac.

Segundo a Mediapart, a NSA praticou uma "espionagem econômica em massa na França" baseada em escutas telefônicas sistemáticas, como revelam os documentos divulgados pelo Wikileaks.

O site se refere a certas "concorrências perdidas por empresas francesas", mas não faz uma ligação objetiva entre as escutas e a perda de contratos devido à ausência dos nomes da empresas nos documentos revelados.

A NSA teve como alvo "uma centena de empresas" francesas, "inclusive quase a totalidade das cotadas no (índice) CAC40" da Bolsa de Paris, revela o Libération.

O objetivo da NSA era "relatar toda proposta de contrato francesa, análise de negócio ou acerto iminente envolvendo vendas ou investimentos internacionais em grandes projetos ou sistemas de interesse significativo", ou qualquer projeto com valor superior a 200 milhões de dólares.

"Jamais foi estabelecida de forma tão clara uma espionagem em massa contra a economia da França orquestrada em tão alto nível pelo Estado americano", conclui o Libération.

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