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Hamas ameaça Autoridade Palestina com represálias após detenções

A última onda de prisões ocorreu em um clima de crescentes tensões entre os movimentos rivai

postado em 04/07/2015 13:07
Gaza, Territórios palestinos - Um líder do Hamas ameaçou neste sábado com represálias a Autoridade Palestina, após a prisão de uma centena de membros do movimento islamita na Cisjordânia.

Em um comunicado, Ismail al Ashqar disse "temer que as forças de segurança se tornem alvos da Resistência (do Hamas) se continuarem com suas prisões na Cisjordânia". "Condenamos estas detenções políticas na Cisjordânia e consideramos plenamente responsável de suas perigosas consequências o presidente Mahmud Abbas", completou.

Na sexta-feira, um responsável palestino informou que as forças de segurança prenderam uma centena de membros do Hamas na Cisjordânia, em uma demonstração da tensão entre o movimento islamita que controla Gaza e seus rivais de Ramallah.

Os membros do Hamas, detidos na noite de quinta-feira, "tinham a intenção de realizar ataques contra a Autoridade Palestina", informou um responsável palestino que pediu anonimato.

Em um comunicado, o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, criticou a Autoridade Palestina por sua "cooperação em temas de segurança com a ocupação israelense".

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Os acordos de 1993 preveem que a Autoridade Palestina coordene a segurança da Cisjordânia com Israel, incluindo o intercâmbio de informações.

A Autoridade Palestina, dominada pelo Fatah do presidente palestino Mahmud Abbas, prende membros do Hamas na Cisjordânia, mas uma onda de prisões como essa não é usual.

Em junho de 2014, Israel havia detido centenas de membros do Hamas na Cisjordânia após ter acusado o movimento islamita do sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses.

A última onda de prisões ocorreu em um clima de crescentes tensões entre os movimentos rivais, mais de um ano depois do acordo de reconciliação que não se materializou em fatos.

O acordo devia, a princípio, pôr fim à uma rivalidade de vários anos e os dois movimentos aprovaram um governo de tecnocratas independentes para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Mas devido aos desacordos no pagamento de funcionários do Hamas em Gaza e o controle do território, o Hamas não quis ceder o poder no enclave palestino.

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