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Ban Ki-moon chocado por suspeitas sobre ex-presidente da Assembleia da ONU

As autoridades americanas anunciaram nesta terça-feira a detenção e o indiciamento de seis pessoas, incluindo o ex-presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe

Agência France-Presse
postado em 06/10/2015 16:25

Washington, Estados Unidos - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou nesta terça-feira (6/10) que está impactado e profundamente preocupado pelas acusações de suborno contra John Ashe, ex-presidente da Assembleia Geral.

Ban afirmou que as acusações apresentadas contra Ashe "afetam profundamente a integridade das Nações Unidas", segundo um comunicado emitido por sua porta-voz, Stephane Dujarric.

As autoridades americanas anunciaram nesta terça-feira a detenção e o indiciamento de seis pessoas, incluindo o ex-presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe e um diplomata dominicano, por um caso de corrupção no valor de mais de um milhão de dólares no seio das Nações Unidas.

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Dujarric disse aos jornalistas que "soubemos destas acusações muito sérias nesta manhã".

"O secretário-geral ficou impactado e profundamente preocupado ao ser informado nesta manhã das acusações contra John Ashe", acrescentou.

A ONU anunciou uma coletiva de imprensa para as 15h00 locais (16h00 de Brasília) por parte do atual presidente da Assembleia Geral, Mogens Lykketoft, da Dinamarca.

John Ashe, diplomata de Antígua e Barbuda ante a ONU de 1999 a dezembro de 2014, exerceu a presidência da 68; Assembleia Geral da ONU entre setembro de 2013 e setembro do ano passado.

"Se forem comprovadas, as acusações de hoje confirmarão que o câncer da corrupção que afeta tantos governos locais e estatais também infecta as Nações Unidas", indicou o procurador federal americano Preet Bharara, informando que a denúncia engloba um período que vai de 2011 a dezembro de 2014.

"Como se denuncia, para ter relógios Rolex, roupas feitas sob medida e uma quadra de basquete particular John Ashe, o 68; presidente da Assembleia Geral da ONU, se vendeu e vendeu a instituição mundial que liderava", acrescentou.

Segundo a denúncia de 37 páginas, "em troca dos subornos Ashe acordou e executou ações oficiais para empresários que buscavam benefícios da ONU e do governo de Antígua e Barbuda".

Os documentos mostram que Ashe aceitou mais de 500.000 dólares em subornos para promover ante a Secretaria Geral da ONU a necessidade de construir um centro de conferências das Nações Unidas em Macau projetado por empresários chineses.

Também recebeu outros 800.000 dólares para apoiar interesses destas pessoas ante a ONU e ex-responsáveis do governo de Antígua e Barbuda, incluindo o então primeiro-ministro deste país, com quem compartilhou os subornos.

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