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ONU abre investigação interna sobre acusações de corrupção

A investigação será feita pelo escritório da ONU responsável por sindicâncias internas e terá de estabelecer como foram usados os recursos recebidos pelo organismo

Agência France-Presse
postado em 08/10/2015 17:51

Nova York, Estados Unidos - As Nações Unidas decidiram abrir uma investigação interna sobre as doações feitas por uma fundação privada e por um grupo imobiliário relacionados a um escândalo que envolve um funcionário de alto nível do organismo - anunciou o porta-voz da organização, Stéphane Dujarric.

O ex-presidente da Assembleia Geral da ONU e diplomata de Antigua y Barburda John Ashe foi processado nesta terça por autoridades americanas que acusam-no de ter aceitado mais de um milhão de dólares como contrapartida a sua colaboração na realização de projetos imobiliários.

A investigação será feita pelo escritório da ONU responsável por sindicâncias internas e terá de estabelecer como foram usados os recursos recebidos pelo organismo por parte da fundação Global Sustainability e do grupo imobiliário Sun Kian Ip, completou o porta-voz.

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O secretário-geral das Nações Unidas quer "se assegurar de que a gestão dos recursos recebidos dessas entidades privadas aconteceu conforme as regras da ONU", explicou Dujarric.

Ashe e outras seis pessoas foram presas, na terça-feira, no âmbito de um processo de corrupção envolvendo 1,3 milhão de dólares aberto pela Procuradoria americana.

A denúncia aponta que Ashe aceitou mais de 500.000 dólares em subornos para promover, na Secretaria Geral da ONU, a necessidade de construir um centro de conferências das Nações Unidas em Macau. O lugar foi projetado por empresários chineses.

A Global Sustainability Foundation, da qual Ashe era um dos fundadores, entregou 1,5 milhão de dólares a uma agência da ONU encarregada da cooperação Sul-Sul.

O principal acusado é o empresário chinês Ng Lap Seng, detido em setembro em Nova York, que fez fortuna no mercado imobiliário.

Ashe é acusado pela Justiça americana de fraude fiscal, já que não declarou o valor que foi recebido.

Segundo um porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon "reafirmou que não haverá tolerância alguma com a corrupção nas Nações Unidas, ou usando o nome da ONU".

Em um comunicado, o escritório para a cooperação Sul-Sul da ONU afirmou que os fundos recebidos foram utilizados na organização de conferências, especialmente em Bangladesh e Macau, "em conformidade plena com as regras da ONU".

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