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Theresa May será nomeada primeira-ministra britânica na quarta-feira

May indicou mais cedo nesta segunda-feira (11/7) que respeitará a vitória dos pró-Brexit, deixando poucas esperanças para aqueles que pedem uma segunda consulta sobre a UE

Agência France-Presse
postado em 11/07/2016 13:19

May indicou mais cedo nesta segunda-feira (11/7) que respeitará a vitória dos pró-Brexit, deixando poucas esperanças para aqueles que pedem uma segunda consulta sobre a UE

Londres, Reino Unido - A corrida pela sucessão de David Cameron deu nesta segunda-feira (11/7) uma guinada espetacular com a saída da secretária de Estado de Energia, Andrea Leadsom, abrindo caminho para que a ministra do Interior, Theresa May, se torne a próxima primeira-ministra do país. Leadsom, pró-Brexit, jogou a toalha durante um breve discurso à imprensa em Londres, apenas quatro dias depois de ter sido selecionada pelos deputados para competir como futura líder do partido conservador e pelo cargo de primeira-ministra britânica.

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Reconhecendo que May conta com maior apoio por parte dos parlamentares "tories", Leadsom se alinhou a ela.

"Encontra-se idealmente posicionada para colocar em andamento o Brexit da melhor maneira possível para os britânicos, e prometeu que o fará", declarou a secretária de Estado.

As duas mulheres disputariam a liderança do partido durante este verão (no hemisfério norte) em uma votação na qual estavam convocados os 150.000 militantes partido conservador.

Com esta desistência, May ficou livre para suceder David Cameron, que anunciou sua renúncia no dia 24 de junho, pouco depois da divulgação do resultado do referendo sobre a permanência do país na União Europeia (UE).

Horas após a desistência de Ladsom, Cameron anunciou que May se tornará a nova primeira-ministra britânica na próxima quarta-feira.

"Teremos uma nova primeira-ministra neste prédio atrás de mim na noite de quarta-feira", disse Cameron aos jornalistas posicionados diante de sua residência em Downing Street, acrescentando que manterá sua última sessão de perguntas como primeiro-ministro no Parlamento na quarta-feira, antes de se reunir com a rainha Elizabeth II para renunciar.

Nesta segunda-feira, falando em frente ao Parlamento, rodeada por muitos parlamentares conservadores, May reiterou que respeitará o resultado do referendo.

Além disso, ela ressaltou que sua campanha para se tornar chefe do governo esteve baseada na "necessidade de negociar o melhor acordo para o Reino Unido que deixa a UE, e o estabelecimento de um novo papel para o país no mundo".

"Brexit é Brexit"


May, uma eurocética que passou para o campo dos partidários por se manter na UE durante a campanha para o referendo, indicou mais cedo nesta segunda-feira que respeitará a vitória dos pró-Brexit, deixando poucas esperanças para aqueles que pedem uma segunda consulta sobre a UE.

"Não poderia ser mais clara: não haverá uma tentativa para permanecer na UE", declarou nesta segunda-feira pela manhã em uma declaração realizada em Birmingham (centro da Inglaterra).

"Brexit significa Brexit" e "nós faremos isso com êxito", insistiu ela, que se converterá na segunda mulher a assumir o cargo de primeiro-ministro do país.

No domingo, a chanceler alemã Angela Merkel disse estar convencida de que o Reino Unido ativará o artigo 50 do Tratado de Lisboa para oficializar sua decisão de sair da UE.

"A decisão do meu ponto de vista" caiu quando os britânicos resolveram por maioria que desejavam sair da UE, disse.

Enquanto isso a guerra prosseguia no seio da oposição trabalhista, depois que a deputada Angela Eagle anunciou sua candidatura para retirar Jeremy Corbyn da liderança da formação.

Esta candidatura abre caminho para novas eleições para designar o chefe do partido, no qual as divisões foram exacerbadas após a vitória do Brexit.

Eleito triunfalmente em setembro passado à frente do ;Labour; graças aos votos dos militantes, Corbyn não conseguiu se impor entre vários dirigentes do partido, que o consideram muito à esquerda e incapaz de vencer as eleições legislativas.

As críticas foram redobradas nas últimas semanas, com o voto de uma moção de confiança dos deputados trabalhistas e a renúncia dos dois terços de seu gabinete fantasma.

"Período perigoso"


Ressaltando que o país atravessa um "período perigoso", Eagle considerou nesta segunda-feira ao lançar sua campanha que Corbyn "não é capaz de assegurar a liderança" necessário.

Enquanto os revoltosos fazem seus peões avançarem no tabuleiro, Corbyn indicou que está disposto a lutar para conservar seu posto, e o comitê executivo do partido deve se reunir para decidir se precisa contar com o apoio de 50 deputados para poder competir ou se é automaticamente candidato a sua própria sucessão.

"Seria contra a justiça e a igualdade se o líder atual não figurasse na votação", estimou Diane Abbott, próxima a Corbyn, na manhã desta segunda-feira em declarações à BBC, nas quais classificou Eagle como candidata do passado.

No âmbito econômico, o ministro das Finanças, George Osborne, viajava nesta segunda-feira a Nova York para convencer seus interlocutores sobre a vontade de seu país de manter um clima favorável aos negócios apesar do Brexit, o que depois reiterará na China e em Cingapura.

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