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Polícia atropela manifestantes ante embaixada dos EUA nas Filipinas

Vinte e três manifestantes foram presos, segundo policial encarregado da operação, Arsenio Riparip. "Tivemos que dispersá-los. Eles começaram, eles estavam tentando entrar na embaixada", justificou-se

Agência France-Presse
postado em 19/10/2016 10:25
Manila, Filipinas - Um carro da polícia atropelou nesta quarta-feira centenas de pessoas que faziam um protesto ante a embaixada dos Estados Unidos em Manila. Os agentes das forças policiais também usaram gás lacrimogêneo e cassetetes para tentar dispersar centenas de pessoas que se reuniram em apoio ao presidente Rodrigo Duterte depois de seus recentes comentários de que ele quer romper a aliança do país com os Estados Unidos.

Vinte e três manifestantes foram presos, segundo policial encarregado da operação, Arsenio Riparip. "Tivemos que dispersá-los. Eles começaram, eles estavam tentando entrar na embaixada", justificou-se. "Eles eram em maior número que nossos policiais", acrescentou. O furgão da polícia avançou rápido pela multidão, atropelando vários manifestantes, segundo imagens da rede ABS CBN.

Fotos postadas mostram um homem de cabelos grisalhos preso debaixo do carro, com a perna e quadril presos por um dos pneus. O chefe da polícia de Manila, Oscar Albayalde, confirmou que a patrulha atropelou manifestantes, mas insistiu que não foi culpa do motorista. "Eles não se afastaram. Os manifestantes tentaram impedir a passagem do carro, então o motorista acelerou e, inadvertidamente, atropelou algumas pessoas, que tiveram ferimentos menores", alegou.

Uma dos líderes da manifestação, Amirah Lidasan, acusou a polícia de começar as violências. "Foi a polícia que atacou os manifestantes. Primeiro passaram com o carro por cima das pessoas, depois usaram gás lacrimogênio e agrediram com cassetetes", contou.



Apesar de Manila ser aliada dos Estados Unidos em termos de defesa, Duterte - eleito em maio com base em uma plataforma de tolerância zero em relação aos crimes - disse que quer que seu país se distancie de Washington. Ele já se dirigiu de forma indelicada ao presidente Barack Obama e ameaçou que cortar os laços com os americanos porque os Estados Unidos denunciaram que milhares de pessoas foram mortas pela campanha antidrogas de Duterte.

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