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Bombardeios sobre Aleppo são 'crime de guerra', denuncia Hollande

"A primeira exigência é o cessar dos bombardeios por parte do governo e de seus aliados", defendeu o presidente francês

Agência France-Presse
postado em 19/10/2016 22:39

O presidente francês, François Hollande, denunciou nesta quarta-feira à noite (19/10) o "crime de guerra" dos bombardeios russos e do governo sírio sobre Aleppo, depois de um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim.

"O que acontece em Aleppo é um crime de guerra. A primeira exigência é o cessar dos bombardeios por parte do governo e de seus aliados", defendeu Hollande.

"Saímos desse encontro com a impressão de que pode haver uma prolongação da trégua, mas cabe ao governo sírio e à Rússia provar isso", completou, em entrevista à imprensa ao lado de Merkel.

Já a chanceler alemã denunciou os bombardeios "desumanos", depois de discussões chamadas de "claras e duras" com Putin.

Na mesma entrevista, Hollande e Merkel disseram não descartar sanções contra a Rússia por conta da Síria.

"Tudo o que puder ser da ordem da ameaça pode ser útil", admitiu Hollande, enquanto Merkel ressaltou "que não podemos nos privar dessa opção".

O presidente russo garantiu, por sua vez, que a Rússia está pronta para estender a "pausa humanitária" em Aleppo, "tanto quanto possível".

"Revelamos nossa intenção de prorrogar, na medida do possível e em função da situação real no terreno, a suspensão dos nossos ataques aéreos", declarou Putin em entrevista coletiva transmitida pela TV russa após a reunião em Berlim.

O secretário de Estado americano, John Kerry, advertiu nesta quarta-feira à Rússia que capturar Aleppo não ajudará a acabar com a guerra civil e talvez radicalize as forças da oposição.

"Ainda que a Rússia e Assad tenham sucesso e tomem Aleppo, a dinâmica fundamental desta guerra não mudará (...), mas se os russos suspenderem seus bombardeios e ordenarem a Assad que detenha a ofensiva, então os poderes internacionais poderão trabalhar no terreno com os moderados para isolar os extremistas", declarou o secretário de Estado.

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