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Gene comum explica porque alguns cérebros envelhecem mais rápido

Gene, conhecido como TMEM106B, acelera em até 12 anos o envelhecimento normal do cérebro nas pessoas idosas, de acordo com o relatório publicado na revista Cell Systems

Agência France-Presse
postado em 15/03/2017 18:09
Gene geralmente começa a afetar pessoas com cerca de 65 anosUma variante de um gene comum foi encontrada em cerca de um terço da população, o que pode explicar porque os cérebros de algumas pessoas envelhecem mais rápido que outros, disseram na quarta-feira (15/3) pesquisadores americanos.

Este gene, conhecido como TMEM106B, acelera em até 12 anos o envelhecimento normal do cérebro nas pessoas idosas, de acordo com o relatório publicado na revista Cell Systems.

O gene geralmente começa a afetar pessoas com cerca de 65 anos, particularmente no córtex frontal, responsável por processos mentais importantes como a concentração, o planejamento, o julgamento e a criatividade.

"Se você olhar para um grupo de idosos, alguns parecerão mais velhos do que seus colegas e alguns parecerão mais jovens", disse o coautor Asa Abeliovich, professor de patologia e neurologia no Instituto Taub para a Doença de Alzheimer e o Envelhecimento Cerebral no Centro Médico da Universidade de Columbia.

"As pessoas que têm duas cópias ;ruins; deste gene têm um córtex frontal que, por diversos indicadores biológicos, parece ser 12 anos mais velho do que o daqueles que têm duas cópias normais", acrescenta.

Os pesquisadores encontraram o gene ao analisar dados genéticos obtidos a partir de autópsias de amostras de cérebro humano retiradas de 1.904 pessoas sem qualquer doença aparente.

Até 65 anos de idade, "todos estão no mesmo barco, e então há algum estresse ainda não identificado que entra em ação", disse Abeliovich.

"Se você tem duas cópias boas do gene, você responde bem a esse estresse. Se você tem duas cópias ruins, seu cérebro envelhece rapidamente", afirmou.

Anteriormente foram encontrados outros genes individuais que aumentam o risco de doenças neurodegenerativas, tais como a apolipoproteína E (apoE) para a doença de Alzheimer.

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