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Cepal: déficit fiscal se manteve em 3% do PIB na América Latina em 2016

A deterioração das contas fiscais impactou com maior força a América do Sul devido "ao efeito negativo do ciclo (econômico) e a novas quedas dos preços internacionais dos recursos naturais não renováveis", explicou a Comissão Econômica para América Latina e Caribe

Agência France-Presse
postado em 23/03/2017 14:15

Santiago, Chile - O déficit fiscal médio da América Latina se manteve em 2016 em 3% do PIB pelo segundo ano consecutivo, enquanto a dívida pública aumentou 37,9%, com um maior impacto na América do Sul, informou a Cepal nesta quinta-feira.

[SAIBAMAIS]A deterioração das contas fiscais impactou com maior força a América do Sul devido "ao efeito negativo do ciclo (econômico) e a novas quedas dos preços internacionais dos recursos naturais não renováveis", explicou a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) em seu "Panorama Fiscal da América Latina e do Caribe 2017", apresentado nesta quinta-feira em Santiago.

Na América do Sul, o déficit fiscal aumentou de um equivalente a 3,6% do PIB em 2015 a 4% em 2016, enquanto a dívida pública aumentou 2,5 pontos percentuais do PIB em média nesta sub-região.

O aumento do déficit foi "impulsionado por um aumento do serviço da dívida e um aumento do gasto corrente primário", ao que se somou uma queda das receitas fiscais devido a uma menor arrecadação de impostos, explicou a Cepal.

No Brasil houve uma melhora de 1,6 ponto percentual do PIB, atingindo um déficit de -7,6% do PIB em 2016, enquanto que na Argentina o déficit subiu 2,4 pontos percentuais (pp) do PIB, no Uruguai subiu 0,9 pp, na Colômbia 0,8 pp e no Chile, 0,6 pp.

Beneficiado por uma dinâmica mais favorável da demanda interna, o México melhorou seu déficit em 0,9 ponto percentual.

A estabilização do déficit em 3% em média acontece em um ano particularmente duro em termos econômicos na região. Em 2016, a América Latina teve uma contração de 1,1%, arrastada pelas quedas de Venezuela, Brasil, Argentina e Equador.

Para 2017 se espera uma tênue recuperação de 1,3% em meio às incertezas sobre a política de Donald Trump nos Estados Unidos, indicou a Cepal.

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