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Pentágono pede que Rússia mantenha canal de comunicação aberto

Linha direta havia sido estabelecida em 2015, pouco depois de a Rússia se envolver definitivamente no conflito sírio

Agência France-Presse
postado em 07/04/2017 14:18
O departamento americano de Defesa, o Pentágono, convocou nesta sexta-feira (7/4) sua contraparte militar russa a manter abertos os canais de comunicação, interrompidos abruptamente na quinta-feira em meio aos ataques dos Estados Unidos.

A linha direta havia sido estabelecida em 2015, pouco depois de a Rússia se envolver definitivamente no conflito sírio, para tentar evitar eventuais problemas ou mal-entendidos entre americanos e russos.

Na quinta-feira, militares americanos utilizaram a linha direta para alertar a Rússia sobre o ataque ordenado pelo presidente Donald Trump contra uma base aérea síria perto da cidade de Homs.

Em resposta, de acordo com o Pentágono, a parte russa anunciou que suspenderá qualquer cooperação com os americanos no caso da Síria.

"A parte russa suspendeu os efeitos de um memorando para a prevenção de acidentes e para melhorar a segurança dos voos sobre operações na Síria, que havia sido acordado com os Estados Unidos", afirmou o ministério do Exterior russo em um comunicado.
Nesta sexta-feira, um porta-voz do Pentágono, o Major Adrian Rankine-Galloway, expressou sua esperança de que a Rússia reconsidere esta posição. "O departamento de Defesa mantém o desejo de um diálogo através do canal sobre segurança de voos", disse.

O porta-voz acrescentou que "é em benefício de todas as partes que operam no espaço aéreo da Síria evitar acidentes e erros de cálculo, e esperamos que o ministério russo da Defesa chegue a esta mesma conclusão".

Esta linha direta funcionava entre um centro americano de operações no Catar e um centro russo operando a partir de território sírio.

Trata-se simplesmente de uma linha telefônica direta atendida permanentemente e que do lado americano inclui um oficial que fala russo. A linha, informou o Pentágono, havia sido utilizada quase diariamente desde que foi instalada.

A decisão de não utilizar esta linha pode aumentar significativamente os riscos tanto para os pilotos quanto para as forças terrestres.

A Rússia também anunciou que reforçará a defesa antiaérea na Síria, em especial para proteger elementos fundamentais da sua infraestrutura.

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