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Trump cita polêmica execução de muçulmanos após ataque na Espanha

Presidente americano fez referência ao general John "Black Jack" Pershing, responsável por, supostamente, matar muçulmanos com balas banhadas em sangue de porco %u2013 considerado profano pela religião

Agência France-Presse
postado em 17/08/2017 19:38
Trump fala sobre Charlottesville com a imprensa
O presidente americano, Donald Trump, insinuou nesta quinta-feira (17/8) endossar a história de uma execução em massa de extremistas islâmicos, em alusão a um relato amplamente controverso de uma punição sumária por um general dos Estados Unidos nas Filipinas nos anos 1900.
Cada vez mais isolado, o líder se pronunciou por meio de um tuíte provocativo - ferramenta que ele tem usado cada vez mais para atacar oponentes e até anunciar grandes mudanças políticas.

A publicação desta quinta-feira também sugeriu que Trump acredita em uma narrativa que vários historiadores já disseram ser falsa.
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Primeiro, Trump tuitou em solidariedade ao ataque de Barcelona, na Espanha, que deixou pelo menos 13 mortos e mais de 100 feridos.

Uma hora mais tarde, Trump publicou: "Estudem o que o general Pershing dos Estados Unidos fez com os terroristas presos. Não houve Terror Islâmico Radical por 35 anos"!

Ele se referia ao general John "Black Jack" Pershing, que foi governador da província de Moro, com grande população muçulmana, entre 1909 e 1913.

À época, as Filipinas eram uma colônia americana, e as forças de Pershing combateram contra-insurgências muçulmanas.

A história a que Trump fez alusão é de que as forças de Pershing cercaram 50 insurgentes muçulmanos e executaram 49 deles com munição banhada em sangue de porco - considerado profano pela religião.

Historiadores já expressaram seu ceticismo ou negação de que esse evento de fato tenha acontecido.

De acordo com o site de checagem de fatos Politifact, o historiador militar Frank Vandiver disse em 2003, acerca de Pershing: "Eu nunca encontrei nenhuma indicação de que isso fosse verdade em vastas pesquisas sobre sua experiência em Moro".

Outros quatro historiadores consultados pelo Politifact questionaram essa história.

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