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Ex-procuradora venezuelana acusa Maduro de envolvimento com caso Odebrecht

O escândalo global de corrupção da Odebrecht tem sacudido os círculos de poder da América Latina, levando ex-presidentes, políticos e empresários à prisão dentro e fora do Brasil

Agência France-Presse
postado em 18/08/2017 19:48
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está envolvido no escândalo de corrupção global da empreiteira Odebrecht, denunciou nesta sexta-feira (18/8) a ex-procuradora Luisa Ortega, segundo um áudio divulgado pela Procuradoria mexicana.
"Temos o detalhe de toda a cooperação, montantes e personagens que enriqueceram e essa investigação envolve o senhor Nicolás Maduro e seu entorno", afirmou a ex-procuradora no áudio divulgado pela Procuradoria durante a Cúpula de Procuradores e Procuradores-gerais da América Latina no estado de Puebla.

O escândalo global de corrupção da Odebrecht tem sacudido os círculos de poder da América Latina, levando ex-presidentes, políticos e empresários à prisão dentro e fora do Brasil.

De acordo com as declarações do ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, a Venezuela é o segundo país latino-americano onde se pagou mais subornos (98 milhões de dólares), só atrás do Brasil.

Ortega denunciou também que no dia 5 de agosto, quando foi destituída pela Constituinte, o Ministério Público foi "atacado e tomado militarmente pela força das baionetas".

"Mais de 300 militares da guarda nacional participaram desse desonroso evento", disse.

[SAIBAMAIS]A ex-procuradora, que está proibida de sair da Venezuela e teve suas contas bancárias congeladas, acrescentou que "há uma perseguição sistemática" contra ela.

"Poderão inventar delitos, poderão continuar prendendo meus familiares e meu entorno, mas jamais renunciarei a algo que jurei, que é defender até o último suspiro a democracia, a liberdade e os direitos humanos na Venezuela", disse.

Ortega não informou de onde falava. Uma fonte do MP mexicano disse que as autoridades do México desconhecem se Ortega está no país.

A Venezuela vive uma crise política e econômica que foi acentuada com a instalação da Assembleia Constituinte proposta por Maduro, o que gerou protestas deixaram 125 mortos desde o início de abril.

Ao ler as conclusões do evento, o procurador-geral do México, Raúl Cervantes, disse que "condenamos energicamente a ilegal e arbitrária destituição e perseguição da procuradora-geral da república bolivariana da Venezuela".

No evento participaram procuradores e representantes de Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Paraguai e Estados Unidos.

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