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Separatistas catalães lançam campanha por referendo de autodeterminação

Segundo uma pesquisa da SocioMétrica para o jornal digital El Español, publicado neste fim de semana, 50,1% dos catalães atualmente apoiam se separar do resto da Espanha, e 45,7% são contra

Agência France-Presse
postado em 04/09/2017 19:33
O governo independentista da Catalunha assegurou nesta segunda-feira (4/9) ter preparada sua própria agência fiscal ante uma possível separação do resto da Espanha, lançando sua campanha para promover um referendo de autodeterminação em 1; de outubro, apesar da proibição pela Justiça espanhola.
O presidente regional, Carles Puigdemont, e seu vice-presidente, Oriol Junqueras, apresentaram em Barcelona a Agência Tributária da Catalunha, pequeno organismo reforçado nos últimos meses visando uma hipotética secessão.

"Hoje colocamos as estruturas necessárias para que a Catalunha esteja preparada para fazer possível a vontade expressada pelos catalães no referendo de 1; de outubro", disse Puigdemont em coletiva.

À noite, também foi divulgado um anúncio de 10 segundos na televisão pública assinado pela Generalitat, o Executivo. "Terá a capacidade de decidir, e irá renunciar?", pergunta uma voz, enquanto a câmera avança lentamente em uma via férrea onde se cruzam dois trilhos.

Puigdemont também publicou em seu Twitter um vídeo em que o Nobel da Paz argentino Adolfo Pérez Esquivel mostra o seu apoio à causa. "Todo povo tem o direito a sua autodeterminação, a sua soberania, a sua identidade", diz.

Na quarta-feira, espera-se que os independentistas, maioria no Parlamento regional catalão, aprovem uma lei para regular o referendo, que a seguir será convocado de imediato pelo governo regional.

De Madri, o Executivo de Mariano Rajoy está decidido a impedi-lo, e tem pronto um arsenal jurídico, que pode chegar à suspensão de Puigdemont e de outros dirigentes separatistas.

Rajoy disse que responderá "com tranquilidade e firmeza", e tachou a lei para permitir a realização do referendo de "calote à democracia".

[SAIBAMAIS]A estratégia do governo "nem parará o referendo, nem ajudará a resolver" a situação, declarou Puigdemont em encontro com a imprensa internacional.

"Apesar das ameaças, querelas e causas judiciais, seguimos em frente e não vamos retroceder agora que estamos quase no fim", acrescentou, sem explicar como pensa em se esquivar da proibição judicial.

Faltando pouco menos de um mês para a consulta, uma das grandes perguntas é como o governo catalão fará para instalar urnas, diante das ameaças de sanções a todo funcionário ou empresa que participar da consulta.

A prefeita de Barcelona, Ada Colau, se disse disposta a "facilitar que coloquem as urnas", mas sem "por em perigo" os funcionários municipais, juridicamente falando.

Segundo uma pesquisa da SocioMétrica para o jornal digital El Español, publicado neste fim de semana, 50,1% dos catalães atualmente apoiam se separar do resto da Espanha, e 45,7% são contra.

Em julho, uma pesquisa encomendada pelo governo regional indicava que 49,4% dos catalães eram contrários e 41,06%, favoráveis.

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