Mundo

Ministro de Relações Exteriores alemão critica o egoísmo nacional de Trump

O ministro alemão conclamou a um fortalecimento das Nações Unidas, citando as vantagens que a cooperação europeia e internacional trouxe para o seu país

postado em 22/09/2017 13:47
Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar GabrielO ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, advertiu ontem (21) no seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, sobre o "egoísmo nacional" na política mundial, em uma aparente rejeição do lema "Estados Unidos Primeiro" proposto pelo presidente Donald Trump.

"O lema ;nosso país primeiro; apenas leva a mais confrontos nacionais e menos prosperidade. No final, existem apenas perdedores. Devemos manifestar-nos contra esta visão de mundo, precisamos de mais cooperação internacional e menos egoísmo nacional, e não o contrário", enfatizou Gabriel, embora sem mencionar diretamente Trump.

O ministro alemão conclamou a um fortalecimento das Nações Unidas, citando as vantagens que a cooperação europeia e internacional trouxe para o seu país. "Não foi [o lema] ;Alemanha primeiro; que fez a Alemanha forte e próspera, mas foi a responsabilidade europeia e internacional primeiro o que deu aos alemães paz e prosperidade", disse.

Acordo com o Irã
"O que o mundo precisa com urgência é uma nova confiança", disse Gabriel, reiterando o compromisso alemão com o acordo nuclear com o Irã e alertando que a retirada do pacto só tornaria mais difícil estabelecer um acordo com a Coreia do Norte em relação ao seu programa nuclear.

"Qual país vai concordar em reverter seu programa nuclear, se verificar que o acordo [com o Irã] não será mantido e não vale o papel em que foi escrito?", perguntou o ministro.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, rejeitou a crítica de Gabriel à posição de Washington sobre o acordo nuclear com Teerã. Trump, forte crítico do pacto com o Irã, que ele ameaça abandonar, deve fazer o que é melhor para os Estados Unidos, disse Haley. "Eles estão dizendo "morte aos Estados Unidos ", disse Haley em referência a um bordão comum entre conservadores iranianos. "Eles não estão dizendo ;morte a Alemanha;", frisou a embaixadora.

Coreia do Norte
Gabriel também abordou as crescentes tensões na península coreana, devido aos repetidos testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.

A chave para a não proliferação das armas nucleares está nas mãos dos Estados Unidos, da Rússia e da China, e é por isso que a confiança entre estas três nações deve ser restaurada, disse o ministro das Relações Exteriores alemão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação