postado em 23/10/2008 08:47
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), aproveitou a comemoração, no Palácio do Planalto, dos 20 anos da Constituição para afirmar que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva utiliza alguns artifÃcios da ditadura para legislar. Recorrente, o peemedebista aproveitou para reforçar a crÃtica ao que chama de excesso da edição de medidas provisórias.
;Não vou cometer a indelicadeza de cobrar nada do presidente da República no que diz respeito às medidas provisórias. Mas creio que as medidas provisórias não têm nenhuma diferença, pelo menos em seus efeitos, dos chamados decretos-leis da ditadura;, afirmou Garibaldi, criando uma situação constrangedora até para os convidados.
O ex-deputado constituinte EgÃdio Ferreira Lima protestou de seu assento gritando: ;Isso é um erro de vossa excelência;. Garibaldi interrompeu o discurso e saudou-o, mas continuou com o libelo anti-MP, um de seus preferidos. ;Em vez de cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vou cobrar do Congresso. Cabem a nós, parlamentares, modificar o atual texto no que diz respeito à s medidas provisórias;, afirmou o peemedebista. ;Não sei se estou sendo ousado, mal-educado, mas estou sendo autêntico, não estou sendo hipócrita.;
O presidente do Senado citou que, de 120 sessões legislativas no ano passado, não houve deliberação em 68 delas por conta do trancamento da pauta por MPs. Ele classificou esse cenário de inconcebÃvel. A iniciativa de Garibaldi irritou o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para ele, o momento da crÃtica foi inadequado. ;Estamos aqui para homenagear a Constituição e aquele processo histórico;, afirmou o petista.
Chinaglia ressalvou apenas ser defensor da idéia de mudar a maneira como as medidas provisórias trancam a pauta do Congresso. E reconheceu a importância do instrumento para o governo. O petista lembrou que a proposta de emenda constitucional das MPs está pronta para ser discutida no plenário da Câmara.
Garibaldi usou a maior parte do discurso para atacar as medidas provisórias. Quando tratou da Constituição, também foi afiado. Disse ser um ;absurdo; ainda haver um vácuo jurÃdico em relação aos artigos da Carta por falta de regulamentação por lei complementar.
Ouça áudio com Garibaldi Alves