Politica

Senado: agora é licitação de hospedagem

Primeira-Secretaria fará concorrência para contratar serviços em hotéis de luxo na cidade. O objetivo: acomodar melhor convidados de comissões, CPIs e senadores suplentes convocados para tomar posse

postado em 09/04/2009 08:00
A máquina de gastar dinheiro público continua a todo o vapor no Senado. Agora, será a vez de uma licitação estimada em R$ 118 mil para contratar uma empresa especializada em hospedagens para convidados da Casa que não moram em Brasília e suplentes de senadores convocados para tomar posse. Os requisitos são todos de hotéis cinco estrelas. Do bom e do melhor. O edital foi publicado ontem no Diário Oficial da União. A licitação está marcada para o dia 29. A empresa vencedora da concorrência terá de oferecer 285 diárias em apartamentos luxuosos, uma média de uma por dia na semana, sendo que dificilmente o Senado recebe alguém as segundas e sextas-feiras. A justificativa para essa contratação é a necessidade de solucionar os pedidos de hospedagem de quem é chamado ao Senado durante o ano para participar de comissões de inquérito, permanentes e eventos internos, além de suplentes que precisam vir a Brasília para ocupar a vaga dos titulares. No ano passado, por exemplo, Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foi convidada pela Comissão de Infraestrutura para depor sobre denúncias relativas à venda da Varig. Uma equipe de servidores do Senado, ligada à própria comissão, cuidou da emissão de passagens e de sua hospedagem. Agora, em meio a uma crise administrativa, a Casa decidiu abrir o cofre para terceirizar o serviço. A exigência inclui todos os luxos de um hotel cinco estrelas, como pratos de porcelana de primeira linha, copos de cristal, ambiente reservado para leitura, visita, jogos, café da manhã no quarto, entre outras coisas. As diárias podem ser divididas: 235 com pensão completa, sendo 200 em apartamento para uma pessoa, 30 em duplos e cinco em triplos. E mais 50 diárias apenas com café da manhã. O contrato com a empresa vencedora será de um ano, podendo prorrogá-lo por mais cinco. Microfones Na semana passada, o Correio revelou que o Senado prepara uma licitação estimada em R$ 379 mil por ano, cerca de R$ 1 mil por dia, para terceirizar o serviço de testar os 93 microfones do plenário diariamente. A empresa vencedora será obrigada a manter os funcionários todos os dias, das 8h às 22h, inclusive às sextas-feiras, quando os senadores encerram os trabalhos na hora do almoço. Até hoje os funcionários da Secretaria Técnica Eletrônica cuidavam do serviço. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, o órgão está sobrecarregado. Como nenhum outro se dispõe a assumir a missão, houve a necessidade de contratar uma empresa terceirizada para garantir que os microfones não vão falhar na hora da sessão.
Mudança na Casa O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), nomeou o servidor Francisco José Vasconcelos Zaranza para assumir o lugar de Carlos Roberto Muniz na Secretaria de Telecomunicações (Stele) da Casa. Muniz foi afastado do cargo na semana passada depois de supostamente apresentar um dossiê com gastos dos parlamentares com telefones celulares. Zaranza, que é servidor concursado, era chefe de gabinete da Secretaria Técnica de Eletrônica. Na Stele, tem como primeira missão radiografar os gastos dos senadores com telefonia. Nas últimas semanas, senadores se tornaram alvo de denúncias sobre o suposto uso irregular da cota de telefone a que têm direito. Reportagem publicada no Estado de S. Paulo afirma que a conta do telefone celular do Senado que o petista Tião Viana (AC) emprestou à filha em viagem de férias ao México foi de R$ 14,7 mil. O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), determinou a abertura de sindicância para apurar o caso. » Opine sobre o número de cargos no Senado. Envie e-mail para

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