Politica

Escolha de candidato divide PSOL em dois

postado em 15/04/2010 09:10
A definição do nome do candidato do partido na corrida presidencial provocou uma cisão no PSol, e parte da legenda se prepara para convocar um congresso extraordinário a fim de eleger novos líderes, o que pode até mesmo motivar a criação de outra sigla. A ala do PSol que é simpática à senadora Marina Silva ; pré-candidata do PV na disputa pelo Palácio do Planalto ; acusa um setor do partido de tentar servir de ;força auxiliar; à petista Dilma Rousseff, concorrente de Marina, ao escolher o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio para representar os socialistas na corrida presidencial.

Segundo aliados da ex-senadora, o Diretório Nacional do partido fez uma manobra para tirar delegados favoráveis a Martiniano Cavalcante e Plínio foi escolhido por 89 votos. O grupo da ex-senadora Heloisa Helena garante ter 91. Agora, a corrente que defendia o nome de Martiniano deixou claro que não se esforçará para pedir votos a Plínio Sampaio. Além de negar apoio ao ex-deputado, a ala de Heloisa Helena e da deputada Luciana Genro saiu da conferência que indicou Sampaio exigindo a realização de congresso extraordinário para eleger nova direção do PSol.

Com o imbróglio, líderes do partido afirmam que de um eventual congresso extraordinário pode nascer até mesmo outra legenda. A tendência seria a manutenção de Heloisa Helena e de seus aliados à frente do PSol e a saída dos insatisfeitos.

A briga dividiu até mesmo o portal do partido na internet. Desde o fim de março, a executiva nacional do PSol tem dois endereços virtuais. Um é alimentado pelos aliados de Plínio Sampaio e o outro é comandado por Heloisa Helena, detentora do domínio oficial da sigla.

Candidatura vencida na conferência, Martiniano Cavalcante afirma que não vai fazer ;campanha contra;, mas diz que a missão de reunir a militância agora é de Plínio. ;Isso é um problema dele. Quem fez intervenção nos diretórios, quem ganhou no tapetão é quem tem que resolver. Não vou fazer campanha contra o Plínio, mas não podemos ser uma força auxiliar da Dilma.;

Já o pré-candidato formal do PSol tenta mostrar tranquilidade e aposta que o tempo aplacará a ira de Heloisa Helena e de Martiniano. ;Toda disputa tem alfinetada. O Martiniano ainda está bravo, mas não vai fazer nenhum questionamento judicial. Vou procurar a Heloisa Helena. Deixa ela ficar brava uns dias.;

Panos quentes

Escalado para tentar reunir o partido, o deputado Chico Alencar (RJ) aposta no bom senso dos colegas para superar o momento delicado. De acordo com ele, a polêmica dos delegados impugnados envolve apenas 13 dos 166 representantes do partido. O deputado explicou que a impugnação aconteceu porque pessoas não filiadas tentavam votar na conferência. ;Vamos superar esse momento;, disse.

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