Politica

Serra faz críticas ao Mercosul

Pré-candidato avalia que bloco dificulta a assinatura de tratados comerciais. Tucano recebe lista com reivindicações de investimentos em Minas

postado em 20/04/2010 07:20
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, considerou ontem, durante palestra ao empresariado mineiro na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o Mercosul uma ;barreira; para o Brasil abrir novos mercados e firmar tratados comerciais. ;Nos últimos oito anos no mundo, houve 100 tratados de livre-comércio. O que é tratado de livre-comércio? Acesso ao mercado. Sabe quantos o Brasil fez? Dos 100? Um. Não podemos fazer tratado fora do Mercosul;, afirmou Serra. ;Sei que vai ser mal interpretado ou distorcido, mas é verdadeiro. O Mercosul é uma barreira para o Brasil fazer acordo;, assinalou. Considerando a zona aduaneira, hoje, ;uma farsa;, Serra disse que ela só atrapalha: ;Temos de mudar. E a gente tem de ter coragem reformista no caso do Mercosul, para salvar o Mercosul;, afirmou, defendendo ;práticas de comércio mais agressivas e realistas;.

Depois de lembrar que a Argentina, durante a crise, mudou a alíquota de comércio exterior de maneira contrária ao tratado, Serra disparou: ;Ninguém quer criar problema com a Argentina. Então fica uma situação que na prática só vale para juntar chefe de Estado e gerar notícias internamente, que a população não sabe bem o que é, mas acha que tem ativismo grande e na prática não está levando a nada;, criticou.

Segundo Serra, quando ministro da Saúde, tentou firmar com a Índia um acordo comercial para a produção de medicamentos genéricos em troca da venda de aviões e de ônibus brasileiros. ;Não podia porque tinha de dar compensação à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai, que não tinham assunto com a Índia. E não pudemos fazer. E os indianos ganharam sem dar nada em troca;, afirmou o tucano. ;Ficar carregando o Mercosul não faz sentido. Eu sou contra o Mercosul? Não. Só que o Mercosul tinha de ter começado como zona de livre comércio, comércio livre entre os países;, assinalou.

Infraestrutura
Serra também recebeu ontem do ex-governador Aécio Neves uma extensa lista de reivindicações de investimentos de competência do governo federal que não foram realizados pela administração petista do presidente Lula. Batizado de Agenda Minas, o documento aponta a carência de investimentos da União em 13 áreas, com foco, no setor de infraestrutura de rodovias, ferrovias, aeroportos e a implementação definitiva do metrô da região metropolitana de Belo Horizonte. Ladeado por Aécio e pelo governador Antonio Anastasia, Serra disse que vai incluir as demandas de Minas em seu programa de governo e se comprometeu a colocá-las em prática, caso vença as eleições de outubro.

Como esperado, Aécio Neves, incorporou o papel de cabo eleitoral de Serra no segundo maior colégio eleitoral do país. ;Gostaria de pedir a cada companheiro e companheira que leve a mensagem a seu município. Aqueles que tiveram intenção de dar o seu voto para Aécio Neves que continuem votando no 45 para eleger José Serra presidente;, pediu Aécio.

Em sintonia com Serra e Aécio, Anastasia disse que Minas e São Paulo têm em comum um modelo de gestão moderno, com características inovadoras, pautado pela eficiência e sensibilidade com a população. Em nível federal, Anastasia entende que é preciso haver avanços. ;Ainda há muito o que fazer e as obras federais estão ficando no meio do caminho por falta de empenho, eficiência e gestão e não por falta de dinheiro.;

PETISTAS RECLAMAM E JINGLE SAI DO AR
; A TV Globo tirou do ar ontem o jingle veiculado desde domingo em comemoração aos 45 anos da emissora, depois que integrantes da campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, criticaram o comercial. O vídeo cita o ;45;, mesmo número do PSDB nas urnas, e tem a frase ;todos queremos mais;. Para Marcelo Branco, integrante da equipe de internet da petista, o comercial traz uma mensagem subliminar em apoio ao tucano José Serra, cujo slogan de campanha é ;O Brasil pode mais;. Em nota, a Globo diz que o jingle foi desenvolvido em 2009, antes de qualquer candidatura ou slogan. ;Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada. A Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme;.

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