Politica

Dilma adia a saída de Haddad da Educação

Rosana Hessel, Paulo de Tarso Lyra
postado em 11/01/2011 08:00
[FOTO1]
Único confirmado na reforma ministerial, o ministro Fernando Haddad deve deixar a Educação somente após a presidente Dilma Rousseff definir todas as demais substituições na Esplanada. Na última segunda-feira, a presidente e o ministro despacharam por aproximadamente três horas sobre a pasta e as pendências administrativas que ainda envolvem o ministério. Em um determinado momento, Haddad indagou a Dilma se poderia deixar o governo na próxima segunda. ;Para que tanta pressa?;, limitou-se a dizer a presidente, segundo apurou o Correio.

O recado foi entendido como um sinal de que as mudanças só vão ocorrer no fim do mês. O ministro queria se desincompatibilizar da pasta após a realização do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para dedicar-se exclusivamente à pré-candidatura para a prefeitura de São Paulo. Adiou os planos para o dia 23 mas, segundo admitiu a pessoas próximas, ;não me impressionaria se esse prazo fosse estendido para o dia 30;.

Um dos impasses para que Haddad seja liberado é o anúncio do valor do novo piso nacional salarial dos professores da rede pública de ensino. Governadores e prefeitos resistem à proposta de um aumento de 22,5% nos vencimentos do magistério, o que elevaria o piso para R$ 1.450 mensais. A lei que institui o piso prevê reajustes anuais, sempre em janeiro, com base na variação do valor mínimo por aluno do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Para o lugar de Haddad, o nome praticamente certo é do atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. No Ministério da Educação, a piadinha que corre é: ;Se Dilma demorar muito, quem acaba caindo é o Mercadante;, uma tirada típica do humor ferino petista.

No mesmo dia em que Haddad e Dilma conversaram, Mercadante assinou um acordo de cooperação com o instituto de pesquisa alemão Fraunhofer. Mas evitou falar que deixará a pasta para assumir o Ministério da Educação. ;Quem decide quem sai ou quem fica é a presidente Dilma. A imprensa é que tem me colocado lá na Educação;, afirmou ele, no fim da entrevista coletiva.

No entanto, ao fazer o discurso antes da assinatura do acordo que ele considera estratégico para melhorar os níveis de investimentos na pesquisa e na inovação, um dos motivos pelo qual foi adicionada à sigla do MCT, ele deixou a entender que estaria de saída. ;Esse programa tem prioridade no ministério, independente de qual for o ministro, porque é uma prioridade do governo;, destacou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação