Politica

Romário, Tiririca e Popó estão entre as celebridades que estreiam na Câmara

Um palhaço, um ex-participante de reality show, um campeão mundial de futebol e um ex-pugilista foram o centro das atenções na solenidade de posse

postado em 02/02/2011 08:00
Essa história de  ex-BBB é uma obsessão da imprensa. Eu participei do programa há seis anos e não fiz qualquer referência a isso na minha campanha Minha plataforma é melhorar a qualidade de vida dos jovens, dos adolescentes e dos portadores de necessidades especiais" Romário, deputado do PSB-RJ" />Ainda sem saber diferenciar, por exemplo, a Asa Sul da Asa Norte, os deputados estreantes que atraem os holofotes por onde passam já se organizam para dividir a vida entre Brasília e as cidades onde fizeram fama, dinheiro e, mais recentemente, votos. O mais votado deles, o palhaço Tiririca (PR-SP), ficará hospedado por dois meses num hotel até encontrar um apartamento para ele e a mulher. Tiririca pretende ficar em Brasília de terça a quinta-feira. Na sexta, gravará seus programas de humor para uma emissora de TV em São Paulo. Os fins de semana serão destinados a shows. ;Vamos morar em São Paulo. Aqui em Brasília, estamos num flat;, diz a mulher de Tiririca, Nana Magalhães, 32 anos.

O ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ), eleito com 146,8 mil votos, também pretende ficar em Brasília de terça a quinta-feira, ;talvez até sexta;. ;A princípio, fico num apartamento funcional, acho que na Asa Sul. Estou chegando agora, depois vejo o que faço.; Três dias na semana, no máximo, serão o tempo da dedicação ao Legislativo do deputado Popó (PRB-BA), ex-pugilista baiano que também chamou a atenção na posse na Câmara, na manhã de ontem. ;Preciso ir a Salvador para dar assistência à família.; Popó diz estar acostumado a viajar. Morar em Brasília, longe das praias baianas, não será um problema, segundo o ex-atleta. ;Quando lutava, passava até dois meses fora de casa.; Ex-big brother e irritado com essa pecha que o acompanha desde a participação no reality show da TV Globo, o deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) continuará a dar aulas numa universidade no Rio, às sextas-feiras. Em Brasília, onde ficará de terça a quinta-feira, Jean já alugou um apartamento na Asa Norte.

Celebridades da TV e do mundo esportivo, os quatro deputados roubaram a cena na cerimônia de posse na Câmara. Tiririca repetiu o alvoroço da primeira visita à Casa e da diplomação, em dezembro. Estava, porém, mais contido nas piadas e manifestou opiniões mais firmes sobre o que pensa para seu mandato. Ele declarou, por exemplo, que iria votar em Marco Maia (PT-RS) para a Presidência da Câmara, e não em Sandro Mabel (PR-GO). ;Sigo a orientação do meu partido. E Mabel tem o direito de lançar seu nome.; O PR quer expulsar Mabel, o deputado que mais assedia Tiririca desde a primeira visita do palhaço à Câmara.

Muitos deputados tiraram fotos ao lado de Tiririca ou levaram seus filhos e netos para garantir o registro. Ele foi um dos últimos a deixar o plenário, tamanho o assédio. Ouviu a música Florentina (seu principal hit) e, assediado da entrada à saída, foi o parlamentar mais aplaudido durante a posse.

Romário se manteve sério durante a maior parte da cerimônia. Ele compareceu à Câmara apenas na companhia da mulher, Izabela. Não se furtou a tirar fotos com fãs, parlamentares e jornalistas. ;Em nível de presença, vou procurar estar onde tiver de estar;, filosofou. Romário disse que seus projetos estarão focados em adolescentes, jovens e pessoas portadoras de necessidades especiais. O deputado afirmou ainda que continua sendo o Romário celebridade, admirado pelos feitos no futebol. ;Não há necessidade de desvincular uma coisa da outra. Essa é uma emoção diferente das outras que tive e me orgulho disso.;

Homossexuais
Disposto a encarar a bancada evangélica, com o apoio de deputadas ligadas ao movimento feminista, Jean Wyllys quer substituir o projeto de união estável de homossexuais por um projeto de casamento civil entre os gays, a exemplo dos casais heterossexuais. Ele sabe das dificuldades que vai encontrar e pretende contornar o cenário desfavorável com o apoio da Frente das Mulheres e do movimento negro.

;A oposição vende o preconceito.; Jean pretende assumir a Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual. Militantes das causas gays fizeram barulho no Salão Verde, num discurso contra a homofobia e ciceronearam o deputado que encampou a causa (veja insert abaixo).

Casas da alta costura
; Débora Álvares

Ao lado de Lúcia Vânia (de gola rolê), Marta Suplicy estava ontem de verde porque não encontrou um modelo rosa para

As roupas das deputadas, senadoras e convidados para as cerimônias de posse foram um atrativo à parte durante as solenidades no Congresso Nacional. Entre brilhos, vestidos longos e até modelos repetidos, muitos figurinos foram comentados. Com um traje verde brilhante, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) lamentou não ter encontrado um vestido rosa para a solenidade, ;para combinar com o cabelo;. Outro membro da família Suplicy que chamou a atenção foi um dos filhos dela, o roqueiro Supla, que combinou o terno roxo com o par de tênis vermelho.

Gola rolê
Também gerou comentários a roupa da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que escolheu uma blusa em gola rolê, usada embaixo de um terno branco. Figurino elegante, mas desapropriado para o calor em Brasília, que chegou aos 30;C ontem.

Em defesa da diversidade

; Manifestantes do Estruturação, um grupo de Brasília que defende os direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), aproveitaram o movimento de parlamentares no Salão Verde do Congresso Nacional para reivindicar a aprovação da lei de criminalização da homofobia e a regularização da união estável entre pessoas do mesmo sexo. ;Estamos aqui para marcar presença e mostrar que existimos, votamos e pagamos impostos;, disse o presidente do movimento, Michel Platini, 27 anos. Durante a manifestação, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou ser contrário a uma legislação especial para os homossexuais. ;Não sou homofóbico, mas não posso admitir que eles venham a ser uma categoria à parte. Eles não têm nada a oferecer à sociedade;, criticou.

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