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Pedidos de mensaleiros incluem tirar Barbosa da relatoria e anular acórdão

Nessa quinta-feira, no último dia de prazo, todos os 25 réus da Ação Penal 470 apresentam recursos ao STF e aguardam a análise dos ministros

Enviado Especial
postado em 03/05/2013 07:43
Brasília e San José ; A tática do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de tentar impedir que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa relate os primeiros recursos do mensalão foi repetida pelo delator do caso, Roberto Jefferson (PTB), que apresentou recurso ontem. A justificativa para o pedido é que, segundo o Regimento Interno do STF, o presidente da Corte não deve relatar novos processos. Na quinta-feira, foi encerrado o prazo para apresentação dos embargos de declaração. Todos os 25 condenados entraram com recursos, 19 deles no último dia possível. Apesar de os ministros não terem prazo para analisar a documentação, a expectativa de Barbosa é encerrar o julgamento ainda neste primeiro semestre.

Lewandowski, Marco Aurélio e Dias Toffoli na sessão de ontem: condenados desqualificaram o julgamento e reclamaram do pouco tempo para analisar o acórdão

[SAIBAMAIS]Alegando contradições nos julgamentos, advogados de defesa dos condenados incluíram nos embargos de declaração pedidos de redução das penas. A defesa do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), por exemplo, criticou o que chamou de ;disparidades contraditórias e incompreensíveis; na fixação das penas. Condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, o petista afirma que foram usados critérios diferentes para calcular as penas em cada uma das condenações que recebeu. Além disso, alega que os ministros Gilmar Mendes e Cármen Lúcia foram contraditórios ao condená-lo por lavagem de dinheiro e inocentar o ex-deputado federal José Rodrigues Borba (PMDB-PR), acusado de receber R$ 200 mil no esquema, pela prática do mesmo crime. Como o placar foi apertado (seis a cinco), uma eventual revisão do voto de algum dos dois ministros pode livrar o petista da condenação por lavagem de dinheiro.



O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares fez duras críticas ao tribunal e ao próprio acórdão. O resumo do julgamento foi chamado de ;colcha de retalhos; e de ;ininteligível;. Referindo-se à supressão de 1.336 trechos do acórdão, os advogados de Delúbio afirmaram que há situações que ;beiram o ridículo;. A crítica se repetiu em outros embargos e gerou pedidos de republicação do acórdão pelo deputado federal Pedro Henry (PP-MT), a ex-gerente da SMP Simone Vasconcelos e o publicitário Cristiano Paz. Alegando ter havido cerceamento da defesa devido ao curto tempo para análise do acórdão, a defesa do deputado federal José Genoino (PT-SP) pediu a anulação da publicação do acórdão, feita em 22 de abril. De forma irônica, disse que seriam necessários 60 dias, ;em ritmo de jóquei clube;, para ler as 8.405 páginas do acórdão. No comentário, os advogados se referiam a um voto do então ministro Cezar Peluso. Na ocasião, Peluso disse que um locutor de corridas de cavalo precisaria de um ano para ler um acórdão de 50 mil páginas.

Nessa quinta-feira, no último dia de prazo, todos os 25 réus da Ação Penal 470 apresentam recursos ao STF e aguardam a análise dos ministros

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