Politica

Dilma admite voltar atrás em proposta sobre Constituinte, diz OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil disse que Dilma estava "convencida" de que não havia necessidade de convocar uma assembleia constituinte para tratar da reforma política

Juliana Braga
postado em 25/06/2013 13:55
Após anunciar na segunda-feira (24/6) consulta popular para a convocação de uma constituinte exclusiva sobre reforma política, o governo tergiversou sobre a proposta. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Coêlho, saiu do encontro que teve com a presidente Dilma Rousseff afirmando que ela estava ;convencida; de que não havia necessidade de convocar uma assembleia constituinte para tratar do assunto. Minutos depois, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também presente no encontro, minimizou as declarações.

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Marcus Vinicius afirmou que a Ordem explicou as justificativas jurídicas para dispensar a convocação de uma constituinte para tratar do assunto. Segundo ele, a Constituição não prevê uma ;constituinte exclusiva;, e que, no final das contas, ela seria uma carta branca. A entidade propôs que fossem modificadas legislações infraconstitucionais como a Lei das Eleições e a dos Partidos. ;O governo sai convencido de que uma proposta de assembleia constituinte atrasa o processo, e não é o mais adequado. Sai convencido, e nos comunicou, que o mais adequado é fazer o plebiscito para que a população diretamente diga o que quer da reforma política e aprove a própria reforma política;, sustentou Coelho.



Minutos depois, o ministro da Justiça relativizou as declarações de Coelho, e da própria presidente, no dia anterior. Segundo ele, Dilma não convocou uma constituinte, e falou, de forma genérica, em ;processo constituinte;, o que não seria a mesma coisa. ;A principal questão colocada pela presidente ontem é que a população seja ouvida. E essa proposta coaduna com essa premissa porque pode haver um plebiscito sim;, justificou. Ainda de acordo com o ministro, essa reforma pode ser feita de várias formas, inclusive a constituinte, mas que todas as estratégias serão analisadas. ;Ontem a presidente não fechou as portas pra nenhuma dessas maneiras;, disse.

Cardozo afirmou que outras entidades e outros representantes de movimentos sociais ainda serão ouvidos sobre o assunto. Ele ressaltou também que a decisão final é do Congresso Nacional.

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