Politica

Fraude no Metrô: divergências aumentam pressão sobre José Eduardo Cardozo

O Correio mostrou que o documento em português no qual é feita a denúncia da existência de um cartel dos trens em São Paulo inclui trechos indicando o pagamento de suborno a políticos do PSDB, conteúdo inexistente na versão em inglês

Paulo de Tarso Lyra
postado em 28/11/2013 06:03
José Eduardo Cardozo é fotografado durante cerimônia de comemoração aos 25 anos da Constituição Brasileira

Novas divergências entre o texto em inglês escrito provavelmente pelo ex-diretor da Siemens no Brasil Ernesto Rheinheimer e encaminhado ao ombudsman da empresa na Alemanha e uma versão do mesmo documento em português ; ambos produzidos em junho de 2008 ; acirraram ainda mais o ânimo da oposição e aumentaram a pressão do PSDB sobre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na edição de quarta-feira (27/11), o Correio mostrou que o documento em português no qual é feita a denúncia da existência de um cartel dos trens em São Paulo inclui trechos indicando o pagamento de suborno a políticos do PSDB, conteúdo inexistente na versão em inglês. Mas as diferenças não param por aí.



Em pontos do documento em português, nomes inexistentes na outra versão acabaram incluídos, bem como relações profissionais entre os suspeitos de participar do cartel são criadas. A versão brasileira também detalha percentuais de pagamento de propina, inclusive descrevendo minúcias de descontos de cheques e investigações da Polícia Federal sobre executivos de empresas multinacionais.

Um dos citados em versões contraditórias é o ex-diretor da MGE Ronaldo Moriyama. Em ambos os documentos, ele é qualificado como um ;executivo agressivo; . Na carta em inglês, aparece como o responsável pelo pagamento de propinas a autoridades governamentais para auferir lucros em seus projetos empresariais. O detalhamento aparece em português: ;Ele é conhecido no mercado ferroviário por sua agressividade quando se fala em subornar o pessoal do Metrô de São Paulo e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos);.

A versão brasileira da denúncia é infinitamente mais rica e detalhada que a mesma reclamação direcionada à matriz alemã. No texto em português, explicita-se que a MGE pagava propina de 5% à diretoria da CPTM. No original, existe apenas a referência a propinas destinadas a ;autoridades governamentais;.

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