Politica

Planalto age com cautela para manter aliança no Maranhão em ano eleitoral

Planalto tem tratado com cuidado a crise no estado por causa do apoio do clã Sarney em ano eleitoral. Por orientação de Dilma, Cardozo foi pessoalmente mediar o caos na segurança pública

Luiz Carlos Azedo
postado em 12/01/2014 08:10
O vínculo de Lula com Sarney foi estabelecido desde quando o petista assumiu a Presidência pela primeira vez

A presidente Dilma Rousseff pisa em ovos para evitar um rompimento com o ex-presidente José Sarney (PMDB-MA) por causa da crise no Maranhão. A governadora Roseana Sarney (PMDB) é xodó do pai e está sendo blindada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que, na última quinta-feira, anunciou a formação de um comitê gestor do sistema carcerário maranhense e a criação de um plano de emergência com 11 medidas para pôr fim às rebeliões de presos no Complexo de Pedrinhas e outras cadeias do estado, recordista em mortes de detentos. Para cada quatro casos de homicídio ocorridos em cadeias brasileiras em 2013, um foi no Maranhão, ou seja, 58 das 219 mortes.

Em declaração surpreendente, a governadora Roseana atribuiu a onda de violência ao aumento da população do estado e ao fato de ;o estado estar mais rico;. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Maranhão, no entanto, é o segundo pior do Brasil, e o seu sistema prisional tem 4.663 detentos para 3.421 vagas. Roseana prometeu criar mais 2,8 mil vagas até o fim deste ano. Ao contrário de outras situações, nas quais tirou o corpo fora e ainda criticou governadores pela situação carcerária, Cardozo virou sócio da crise por orientação da presidente Dilma Rousseff, que tirou a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, da gestão do conflito.

O comitê gestor da crise será presidido por Roseana e supervisionado pelo Ministério da Justiça. As primeiras medidas serão semelhantes às adotadas anteriormente em outros estados: remoção de detentos de maior periculosidade para presídios federais; mutirão de defensores públicos para soltar quem não deveria estar privado de liberdade; e mais inteligência no controle de presos para evitar rebeliões. ;Algumas dessas ações já foram implantadas em estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, respeitando as competências de cada governo, obtendo resultados satisfatórios;, explicou o ministro.

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