Politica

Empate técnico entre Dilma e Aécio faz partidos mudarem estratégias

O empate técnico entre Dilma e Aécio em um eventual segundo turno tem efeito oposto: enquanto o PT admite rever estratégias, os tucanos acreditam ter encontrado o caminho para a vitória em outubro

Naira Trindade
postado em 19/07/2014 08:00

Aécio Neves se encontrou ontem com dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro: tucano promete aprimorar o Mais Médicos

O indicativo de empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa à Presidência ; 44% e 40%, respectivamente ; promoverá uma revisão nas estratégias de campanha petista. A um mês do início das inserções eleitorais na televisão e com apenas 4% de vantagem sobre o tucano no hipotético embate, Dilma ainda amarga uma taxa de rejeição de 35%, a maior entre os presidenciáveis. Enquanto petistas tentam digerir os números, tucanos comemoram o resultado.

A petista Dilma Rousseff respondeu a questionamentos de internautas em uma rede social
;Segundo turno cada vez mais próximo. É hora de aprofundarmos a discussão das nossas propostas;, disse Aécio, que ontem deu a largada oficial à candidatura, em Queimados (RJ). Para o vice-presidente na chapa tucana, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o empate técnico tem duas causas: ;É reflexo da rejeição ao PT, assim como do acúmulo de exposição dos candidatos de oposição, especialmente do Aécio;. Para Nunes, ;não é necessária uma campanha muito agressiva, já que a constatação dos eleitores é que o governo não funciona direito;. ;O fato de já merecer a confiança no segundo turno é um primeiro bom sinal pra gente;, comemorou um integrante da equipe do tucano. Na tentativa de amenizar o tom da campanha, o marqueteiro Paulo Vasconcelos reforçou as equipes de filmagem para ter ampla variedade de imagens externas do candidato.



Apesar da vantagem de Dilma, o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Rui Tavares Maluf vê a campanha da petista quase no limite. ;Dilma continua a favorita, mas está em um patamar próximo ao desconfortável. A taxa de rejeição indica pessoas que dificilmente serão sensíveis ao apelo da campanha;, analisou. ;A questão está um pouco fora da tevê e do rádio e mais nos indicadores econômicos, que a população percebe no dia a dia, como a inflação.;


Campos acredita que vai crescer nas pesquisas com a propaganda eleitoral gratuita
Dentro do PT, o resultado da pesquisa causou alarde. ;O programa nem começou e Aécio já tem 20% das intenções de voto. Isso porque ele ainda é desconhecido, e a rejeição de Dilma está alta. O cenário que se desenha é muito delicado;, diz um petista que preferiu anonimato. A preocupação, segundo ele, aumenta conforme o segundo turno se projeta. ;Tem de ver quem vai apoiar quem e trabalhar para que não haja uma debandada de partidos aliados depois de uma derrota no primeiro turno. Diferentemente do pleito passado, há uma tendência de ascensão, e não de queda, como tinha o José Serra. Esse é mais um fator que precisa ser ponderado pelo núcleo da campanha;, avaliou.

Na disputa em primeiro turno, a pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostrou Dilma com 36%, Aécio com 20% e Eduardo Campos (PSB) com 8%. Mesmo assim, a equipe do socialista não pretende alterar o rumo dos trabalhos. ;A pesquisa não mudou nada no cenário dele. O que vamos fazer é continuar com a campanha nas ruas, instalando os comitês regionais;, afirmou o secretário-geral do partido, Carlos Siqueira. Eduardo Campos vai investir em comitês próximos à população para se tornar conhecido no país. ;O resultado da pesquisa demonstra claramente a candidata do governo em queda, o candidato da oposição parado e a gente ainda sem apresentar a curva de crescimento por conta do desconhecimento;, afirmou Eduardo Campos, que fez campanha em São Paulo na sexta-feira.

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