Politica

Novas denúncias recolocam a Petrobras nos embates eleitorais

Suspeita de que os depoimentos de Graça Foster e de ex-dirigentes da empresa foram combinados com o governo devolve a CPI aos holofotes e ganha contornos eleitorais

Paulo de Tarso Lyra
postado em 05/08/2014 06:10
Praticamente esquecida em duas CPIs ; uma mista e outra exclusiva do Senado ;, a crise da Petrobras voltou à agenda eleitoral após a divulgação de um vídeo no qual há a indicação de que os depoimentos de Maria das Graças Foster (presidente da estatal), José Sérgio Gabrielli (ex-presidente da empresa) e Nestor Cerveró (ex-diretor da área internacional) tiveram as respostas combinadas com o governo. Integrantes da oposição protocolaram ontem uma série de ações contra os envolvidos no processo. ;Foi feito um grande entendimento para blindar a presidente Dilma (Rousseff). A gravação deixa claro que houve uma combinação para desmoralizar o Congresso e a CPI;, protestou o coordenador da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB-MG), senador José Agripino Maia (DEM-RN).

O deputado Carlos Sampaio (PSDB) protocola, na PGR, representação contra senadores governistas: ofensiva da oposição
No vídeo, o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e o chefe do departamento jurídico da empresa na capital federal, Leonan Calderaro Filho, são flagrados admitindo que receberam, previamente, os questionamentos que seriam feitos aos depoentes. E insinuam que 80% das perguntas teriam sido elaboradas pelo assessor da liderança do PT no Senado Marcos Rogério, e que as demais teriam vindo do assessor da liderança Carlos Hetzel e do assessor da Secretaria de Relações Institucional Paulo Argenta.

Justificativas

A oposição também pediu que José Pimentel se afaste da relatoria da CPI. O petista disse que não há razões para deixar o cargo e, por meio de nota, afirmou não ter cometido qualquer irregularidade. ;O plano de trabalho da CPI da Petrobras, aprovado por unanimidade, contém uma relação de perguntas a serem respondidas pelos depoentes em suas oitivas;, argumentou. Ele frisou que não se reuniu com ninguém e não orientou o depoimento dos investigados. Por fim, pediu à CPI a íntegra do vídeo com a denúncia, divulgada pela revista Veja no fim de semana.

[SAIBAMAIS]Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS) classificou o episódio de ;disputa política;. Ele atribuiu a ação do PSDB contra ele ao fato de liderar as últimas pesquisas como candidato ao governo estadual, ressaltando que os tucanos são adversários do PT tanto no plano local quanto no federal.



A presidente Dilma Rousseff não quis se envolver na polêmica. ;Essa é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso;, afirmou, após visitar uma Unidade Básica de Saúde em Guarulhos (SP). Na noite de ontem, a Petrobras afirmou, em nota, ter tido acesso às perguntas no site do Senado Federal, em 14 de maio e 2 de junho. A estatal disse ainda que, ;como toda grande corporação;, prepara executivos e ex-executivos ;com simulações de perguntas e respostas;.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação