Politica

Jato em que voava Eduardo Campos precisou fazer recall em 2011

Levantamento obtido pelo Correio mostra que a aeronave tinha erro de projeto e foi chamada para reparos, o que aumenta a chance de falha mecânica. Além disso, a ausência de gravação do voo na caixa-preta torna a investigação ainda mais complexa

postado em 16/08/2014 06:48
Polícia Federal vasculha a área e registra imagens para projetar os movimentos do avião

Brasília e São Paulo ; Apesar de aclamado como um dos jatos mais seguros do mundo, a aeronave em que voava Eduardo Campos foi alvo de uma espécie de recall em 2011. O Cessna modelo 560 XLS%2b, assim como o XL, teve de se adaptar a um erro de projeto que não previa a drenagem da água acumulada em uma parte da cauda do avião. A consequência do problema era o congelamento em equipamentos responsáveis por manter a altitude estável e alinhar o avião no eixo da pista. Com o anúncio feito ontem pela Aeronáutica, de que os registros de aúdio da caixa-preta não correspondem ao voo em que estava Campos, a investigação se torna mais difícil. Nada está descartado, especialmente uma falha mecânica, já que a aeronave teve uma pane elétrica recentemente. Em um vídeo divulgado ontem, Campos comentou em tom de brincadeira sobre o incidente que teria impedido o jato de decolar em 16 de junho, no Paraná.

Levantamento obtido pelo Correio mostra que em cinco dos 17 registros relacionados ao modelo de Cessna no National Transportation Safety Board (NTSB) ; órgão que investiga acidentes nos EUA ;, o congelamento levou a aeronave a apontar o nariz para o solo. Em todos os episódios, os jatos conseguiram pousar em segurança. O defeito levou a Cessna a convocar aeronaves dos modelos XL e XLS%2b, inclusive a que caiu na quarta-feira, para corrigir os defeitos, segundo Marcelo de Barros Camargo. O aviador e pesquisador de desastres aéreos é o autor do levantamento.

Para Camargo, ;é difícil afirmar; se um possível congelamento pode ter contribuído para o acidente, já que os registros do problema se deram em altitudes elevadas. ;Pela temperatura de Santos no momento, caso congelado, o equipamento poderia ter voltado ao estado normal durante a aproximação da pista;, pondera o especialista, para quem ;só o Cenipa vai saber explicar; o que aconteceu. A Cessna se limitou a dizer que colabora com as investigações.

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