A Polícia Federal anunciou, na manhã desta segunda-feira (1;/12), o resultado da exumação dos restos mortais do ex-presidente da República João Goulart. De acordo com os investigadores, Jango pode realmente ter morrido de causas naturais. Eles, no entanto, não descartaram a possibilidade de envenenamento.
[SAIBAMAIS] As análises toxicológicas não encontraram vestígios de substâncias que pudessem ter matado o ex-presidente. A PF diz, porém, que em função do tempo entre a morte (1976) e a exumação (2013), eventuais vestígios do suposto envenamente podem ter desaparecido.
Parentes e amigos próximos do ex-presidente sustentam a tese de que a morte dele pode ter sido causada pela substituição de medicamentos rotineiros, feita por agentes da repressão uruguaia. Investigações conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade indicam que o ex-presidente foi uma das vítimas da Operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, da Argentina e do Uruguai para perseguir opositores.
Os restos mortais do ex-presidente foram tirados do jazigo de Jango na cidade de São Borja (RS) e analisados pelo Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal em 13 de novembro do ano passado. Deposto pelo regime militar, Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. Depois da exumação, os restos mortais foram novamente enterrado, com honras militares, em cerimônia que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.