Politica

Ministério da Justiça inicia atuação integrada na área da segurança

Especialistas, no entanto, avaliam que é preciso melhorar a sintonia entre as polícias e falam em "pirotecnia"

postado em 08/01/2015 07:07
Centro de Controle em Foz do Iguaçu: auxílio federal para as PMs estaduais já está em andamento

Ao lado dos quatro governadores do Sudeste, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou ontem o início de uma ação de segurança pública integrada entre as forças policiais dos estados e do governo federal. Promessa de campanha de Dilma, a medida é inspirada no modelo de policiamento da Copa do Mundo ; e recebeu elogios do tucano Geraldo Alckmin (São Paulo). O veto da presidente Dilma Rousseff à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), há menos de uma semana, com vistas a permitir o corte de verbas da segurança pública, no entanto, é um mau sinal, acreditam especialistas. Para eles, a integração pouco muda na violência cotidiana das cidades e precisa de mais do que boas intenções para engrenar.

;Sem esse planejamento comum e uma gestão coordenada, nós dificilmente conseguiremos reduzir os índice de violência, de atos ilícitos, e enfrentar o crime organizado no Brasil;, assegurou Cardozo. Segundo ele, o modus operandi da integração estará consolidado em duas semanas. A partir daí, será traçada uma operação piloto de combate ao crime organizado no Sudeste, nos moldes do que já foi feito no Nordeste (veja Memória). O petista Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, comemorou a iniciativa. ;Já no início do mandato estamos trabalhando por um tema que é do maior interesse público;. Por mais que as diretrizes da união ainda não estejam definidas, o petista explicou que ela ;não é só uma operação;. ;É mais do que isso: é o início de um trabalho permanente de integração.;

A promessa de ajuda federal animou até mesmo Geraldo Alckmin (PSDB), governador reeleito de São Paulo, que elogiou o ;sucesso; dos Centros Integrados de Comando e Controle montados para a Copa do Mundo, em que se juntaram efetivos estaduais e federais. Na sequência, no entanto, o tucano enumerou ações que considera prioritárias ; e, nas entrelinhas, criticou o trabalho federal. ;Eu destacaria o fortalecimento da questão das fronteiras, especialmente o tráfico de armamento pesado e o aumento das tornozeleiras na questão penitenciária;, listou. ;É um primeiro passo de uma caminhada que espero que possamos trilhar de maneira conjunta;, ressaltou o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMSB).

Gargalos
Antes da ação integrada, é preciso melhorar a pouca sintonia entre as instituições de uma mesma unidade da Federação, aponta o doutor em ciência política Guaracy Mingardi. ;Já seria uma façanha fazer com que Polícia Civil e Polícia Militar nos estados trocassem informações;, afirma o especialista em segurança pública, que já foi secretário da área em Guarulhos (SP) e subsecretário nacional. Não é que o trabalho conjunto seja desnecessário, avalia, mas os resultados da ação só se dão em determinados crimes, como o tráfico de drogas. ;Não resolve os problemas do cotidiano, que são o homicídio, o roubo, o furto. Integrar em ações especiais, como na Copa, é muito diferente de integrar no dia a dia, que demanda uma boa vontade enorme de todos os atores;, diz.

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