Politica

Entidades estudam processar governo devido à crise no abastecimento de água

Esse prognóstico ganha volume à medida que se consiga comprovar que a falta de chuvas é apenas um dos motivos a impedir o funcionamento normal do sistema

Warner Bento Filho
postado em 16/02/2015 09:00
Trecho do Sistema Cantareira, que abastece parte de São Paulo: na campanha da reeleição, o governador assegurou que não faltaria água

Falhas na gestão da água podem resultar numa chuva de ações judiciais com potencial para inundarem de processos órgãos das administrações municipais, estaduais e federal. Esse prognóstico ganha volume à medida que se consiga comprovar que a falta de chuvas é apenas um dos motivos a impedir o funcionamento normal do sistema.

A Aliança pela Água, grupo de mais de 50 organizações da sociedade civil, aponta pelo menos outras quatro razões: ;Ênfase dos governos na retirada de mais água e não no uso racional desse recurso; desmatamento nas áreas de mananciais e poluição das fontes; pouco espaço de participação e transparência quanto à gestão; e resistência dos governos em tomar medidas mais firmes em ano eleitoral;.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já foi alvo de representação do Ministério Público estadual e esse tipo de iniciativa pode se espraiar pelos outros estados da Região Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde a crise também deixa exposto algo mais que o fundo dos reservatórios. Alckmin tem contra si uma série de declarações otimistas dadas ao longo de 2014 e, especialmente, durante a campanha eleitoral. Nelas, o governador candidato à reeleição nega a crise e descarta a necessidade de racionamento.

Em debate na TV Globo em 30 de setembro de 2014, o candidato repetiu o mantra aos eleitores: ;Não falta água em São Paulo, não vai faltar água em São Paulo. Nós estamos trabalhando com planejamento, obras, investimento. As mudanças climáticas atingiram a Califórnia, atingiram a Austrália. Vinte por cento dos municípios brasileiros estão em estado de emergência ou de calamidade pública e nós aqui, com 22 milhões de pessoas a 700 metros de altitude, estamos garantindo o abastecimento, com uma grande reserva para a frente e investimentos.;

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