Politica

Lista de Janot aprofunda mais a crise política entre Congresso e Executivo

PGR quer abertura de processos contra acusados de envolvimento nos desvios da Petrobras. Renan e Cunha reagem à informação de que foram incluídos no grupo. Caberá ao Supremo divulgar quem foi citado pelo procurador-geral

Eduardo Militão, Paulo de Tarso Lyra
postado em 04/03/2015 06:35
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de ontem, a abertura de 28 inquéritos contra 54 pessoas, inclusive políticos, envolvidas na Operação Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras. Apesar de os nomes não terem sido divulgados, nos bastidores dos Três Poderes comenta-se que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estão na relação de Janot. A informação aprofundou ainda mais a crise política entre o Congresso e o Executivo. Os dois peemedebistas foram avisados por interlocutores palacianos de que estariam na mira do procurador-geral.

Rodrigo Janot entregou os pedidos ao STF por volta das 20h desta terça-feira: chegou a vez dos políticos

Janot também pediu ao tribunal o arquivamento de sete casos analisados pelo Ministério Público. As petições do procurador-geral chegaram ao gabinete do ministro relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, que deve despachar favoravelmente pela abertura dos 28 inquéritos e pelo arquivamento das outras sete apurações.

Eduardo Cunha classificou de



Pessoas sem foro privilegiado estão entre os investigados porque os casos têm estrita conexão com políticos, situação que impede dividir as apurações em duas. Teori pretende tirar os sigilo dos procedimentos, mas analisará cada caso separadamente. A ideia é abrir ao público o conteúdo dos pedidos do Ministério Público e a decisão do ministro, mas manter em segredo solicitações de quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e de comunicações pela internet, além da íntegra dos depoimentos em delação premiada.

Apresentada a acusação, o ministro vai fazer um voto e levá-lo a julgamento na 2; Turma do STF. Se, eventualmente, for uma denúncia contra Eduardo Cunha e Renan Calheiros, que são presidentes das Mesas no Congresso, o recebimento da acusação será julgado pelo plenário da Corte. A provável inclusão de Renan e de Cunha na lista causou mais tensão na base aliada de Dilma Rousseff. O aviso foi creditado ao vice-presidente da República, Michel Temer, por aliados da petista. Pessoas próximas ao vice-presidente negaram. Os peemedebistas atribuíram a versão a ministros petistas com gabinete no palácio.

Esse foi mais um sintoma do caldeirão em que Brasília se transformou até o momento em que Janot entregou, por volta das 20h, os pedidos de investigação no STF. Tanto Renan quanto Cunha negam qualquer informação preliminar sobre a lista. ;Não fui avisado por ninguém. Isso é uma mentira;, revoltou-se Cunha. ;Não tenho nenhuma informação sobre isso;, esquivou-se Renan.

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