Politica

Câmara inclui "PPP do Shopping" em MP do ajuste fiscal

Ao todo, relator acolheu 17 "jabutis" na medida provisória, incluindo uma que reduz contribuições de igrejas ao INSS

postado em 19/05/2015 22:16
A inclusão de uma série de ;jabutis; na Medida Provisória 668 gerou protestos entre os deputados na noite desta terça-feira (19). A MP, que faz parte do ;pacote; de ajuste fiscal enviado pelo governo e que trata originalmente do aumento das alíquotas de impostos sobre importação e exportação, acabou acolhendo 17 emendas dos parlamentares, inclusive uma que permite ao Poder Legislativo celebrar as chamadas parcerias público-privadas, ou PPPs. O objetivo da emenda, segundo críticos, é permitir que a Câmara dos Deputados celebre uma parceria do tipo para a construção de um ;shopping; e de novos anexos. A intenção de celebrar a PPP foi manifestada pela Mesa Diretora em março deste ano.

A análise de parte dos destaques, inclusive o da "PPP do Shopping" deve ficar para amanhã.

;Estou aqui olhando o dicionário para tentar descobrir qual é o coletivo de jabutis;, ironizou o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), que chamou a emenda da PPP de ;jabuti privatizante;. Atualmente, as PPPs só são permitidas para o poder executivo, em nível federal. Na semana passada, o 1; Secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) realizou uma reunião com empresas interessadas em disputar a parceria com a Casa. Pela proposta, a empresa vencedora construiria quatro novos prédios para a Câmara, e, em troca, poderia explorar vagas de estacionamento e alugar lojas em um centro comercial, a ser construído próximo da sede do Congresso.

Outro ;jabuti; incluído no texto do relator Manoel Júnior (PMDB-PB) é o que diminui a contribuição das igrejas para o INSS. Pela proposta, as igrejas poderiam abater da base de cálculo da contribuição previdenciária os gastos com auxílio-alimentação, vale-transporte e outros benefícios pagos aos seus funcionários. Hoje, estabelecimentos religiosos já estão livres de tributos, como IPTU.

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