postado em 24/05/2015 08:04
A cantora baiana Daniela Mercury esteve na Câmara na última quarta-feira (20/5) para a abertura do 12; Seminário LGBT, evento que gerou polêmica antes mesmo de começar. Pela primeira vez, o cartaz promocional sobre o evento não pôde ser utilizado nos canais de divulgação oficiais da Casa, por ordem do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com o peemedebista, a imagem escolhida para representar o seminário ; uma foto de Daniela e da companheira dela, Malu Verçosa, ensaiando um beijo ; feria os preceitos da instituição. Apesar dos esforços do deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) para reverter a decisão, a fotografia permaneceu vetada. A resposta a Cunha acabou vindo de forma inusitada. Daniela não hesitou: beijou a esposa por alguns instantes, provocando uma euforia na plateia, que aplaudiu calorosamente o gesto.
[SAIBAMAIS]Que momento é esse do país?
Olhe, desde que eu nasci, em 1965, eu nunca vi um país tão interessante. Não importa o que cada parte da população deseja. Ela se expressar (nas manifestações) é sinal de que a nossa democracia está mais fortalecida do que nunca. As pessoas achavam que a democracia não precisava tanto delas, e agora encontraram esse caminho de atuação. Não entendem a história do país. Mas ir para a rua vai com certeza obrigá-las a se comprometer com alguma coisa. E aprender alguma coisa, porque antes elas não se comprometiam com nada que era público. Então, é um avanço.
Artistas devem intervir na política?
Artista é um cidadão superpoderoso, porque tem uma capacidade de comunicação gigantesca. É um formador de opinião. Então, não usar esse poder em prol de causas importantes é uma perda para o país e para o mundo. Hoje, nós fazemos campanhas que extrapolam as fronteiras dos países. Na França e em Portugal, por exemplo, pediram para que eu me casasse lá com Malu. (O casamento) virou mais uma luta minha, pela minha opção de vida. Mesmo que eu não fosse cantora, buscaria servir a causas importantes.
O que o petrolão diz sobre o Brasil?
A lição que tomamos com o escândalo da Petrobras foi impressionante. Eu não atribuo o roubo a nenhum partido específico, estou falando aqui apartidariamente, como cidadã. O fato de a Petrobras ser uma instituição que pertence a todos nós, que era como um lugar nosso, fez os brasileiros sentirem na pele o que é ser roubado. E isso é uma reflexão ética, de honestidade. Eu me lembro que, quando houve o escândalo do mensalão, houve uma pesquisa em que uma grande parte da população falou que, se estivesse no poder, roubaria também. E aí eu me pergunto: será que eles continuam com o mesmo pensamento? Porque agora nos roubaram. Agora doeu na gente.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, .