Politica

Igrejas querem acesso direto ao Supremo para barrar "interferências"

Proposta inclui as associações religiosas de âmbito nacional no rol daqueles que podem ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade

Isabella Souto
postado em 26/07/2015 07:09
Plenário do STF: PEC permite às igrejas ingressar com ações na Corte

Dos cultos e missas para os tribunais. As entidades religiosas querem ter o direito de ajuizar ações no Supremo Tribunal Federal (STF). Alegam que é para barrar qualquer tipo de ;interferência; do poder público nos seus diversos segmentos. Com o respaldo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é evangélico, tramita na Casa uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que inclui as associações religiosas de âmbito nacional no rol daqueles que podem ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) no Supremo.

A PEC foi apresentada há quatro anos e arquivada no fim da legislatura passada, mas foi desarquivada em fevereiro. Neste mês, começou a tramitar na Câmara. Na justificativa do texto, o autor da proposta, deputado João Campos (PSDB-GO), alega que ;cada segmento religioso se rege por valores e normas próprias; e tem a ;autonomia de se auto-organizar, sem a intromissão do poder público ou qualquer outra inferência;. O parlamentar diz ainda que a PEC busca apenas corrigir uma ;omissão; na Constituição Federal.



;Temos diversos princípios na Constituição ligados à fé e à religião. Achei que estava faltando uma cobertura em relação aos segmentos religiosos;, alegou João Campos à reportagem. Pela Constituição, podem ajuizar Adins no STF apenas o presidente da República, governadores, Mesas do Câmara e do Senado, assembleias legislativas, Procuradoria-Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), partidos políticos e entidades de classe de âmbito nacional.

Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, composta por 85 deputados e cinco senadores, João Campos se diz confiante na aceitação da PEC ; que precisa de 308 votos para ser aprovada. ;Não é uma questão de dogma religioso, mas um mecanismo de proteção da Constituição brasileira. Estamos fazendo um debate de natureza técnica;, argumenta.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação