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Defesa de José Dirceu pede que ex-ministro permaneça em Brasília

O criminalista Roberto Podval escreve que considera "totalmente desnecessária" a transferência de Dirceu para Curitiba

postado em 03/08/2015 15:29
A defesa do ex-ministro José Dirceu encaminhou, no início da tarde desta segunda-feira (3/8), um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-ministro não seja transferido para Curitiba. Dirceu foi preso hoje em Brasília, em nova fase da Operação Lava-Jato, por decisão do juiz Sérgio Moro, que cuida das investigações na primeira instância.

Moro pediu ao Supremo que o ex-ministro seja transferido para Curitiba, para onde foram levados os demais presos na operação. Como Dirceu cumpre pena em regime aberto por determinação do STF devido à condenação no caso do mensalão, o deslocamento precisa ser autorizado pelo ministro Luis Roberto Barroso, que é relator do mensalão na Suprema Corte.

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[SAIBAMAIS]No pedido, o criminalista Roberto Podval escreve que considera "totalmente desnecessária" a transferência de Dirceu para Curitiba, como foi pedido por Moro ao Supremo. Para defender a permanência do ex-ministro em Brasília, o advogado argumenta que Dirceu mora na capital federal e que quando ele se dispôs a prestar esclarecimentos ao juiz Sério Moro sobre seu suposto envolvimento na Lava-Jato, um delegado de polícia disse a ele que não era necessário o deslocamento a Curitiba.

Ainda no pedido, a defesa diz que o caso de Dirceu é diferente do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que foi preso na Lava Jato enquanto cumpria pena do mensalão. Nesse caso, o Supremo autorizou o deslocamento de Corrêa de Pernambuco ao Paraná. Contudo, Podval argumenta que o Estado de Pernambuco é muito mais distante de Curitiba do que Brasília e que na capital federal já existem autoridades que estão cuidando do caso Lava-Jato. Fato que, segundo ele, não havia em Pernambuco, o que justificaria a transferência de Corrêa.

O irmão de Dirceu, Luiz Eduardo, também foi detido hoje. Os dois são alvo da 17; fase da Operação Lava-Jato, apelidada de ;Pixuleco;, para se referir a agentes que recebiam e pagavam propina. Luiz está detido temporariamente em Ribeirão Preto (SP). Ainda foi preso Roberto Marques, o ;Bob;, ligado ao ex-ministro e servidor da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Cerca de 200 policiais federais cumprem 40 mandados judiciais, sendo 26 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e seis mandados de condução coercitiva, em Brasília e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

O lobista Milton Pascowitch, que pagou R$ 1,4 milhão para a consultoria de Dirceu, a JD Assessoria, afirmou em delação premiada que uma parte desses valores se referia a propina por negócios na Petrobras.

Dirceu tem dito que todo o dinheiro recebido de empreiteiras investigadas na Lava-Jato não tinha a ver com contratos da petroleira, mas com consultorias no exterior. Porém, nem Dirceu e nem as construtoras exibiram documentos, fotos e relatórios para comprovar a prestação dos serviços.

Além de Dirceu, Luiz Eduardo e Roberto Marques, foram presos também o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura e Pablo Kipersmit.

Com informações de Eduardo Militão e France Presse.

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