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PGR denuncia senador e dois deputados suspeitos de receberem propinas

Janot denuncia Benedito Lira (PP-AL), Artur Lira (PP-AL) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). No Paraná, Lava-Jato denuncia José Dirceu por envolvimento nos desvios da Petrobras

Eduardo Militão
postado em 04/09/2015 17:50

A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira (4/9) o senador Benedito Lira (PP-AL) e seu filho deputado Artur Lira (PP-AL) na Operação Lava-Jato ao Supremo Tribunal Federal. Eles são suspeitos de receberem propinas derivadas do esquema de desvios da Petrobras. Como a acusação inclui trechos sigilos da delação do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, o ministro Teori Zavascki mantém o caso em sigilo. A PGR também denunciou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) em outra acusação criminal no Supremo.


Paralelamente, o Ministério Público no Paraná anuncia na tarde de hoje a denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) e mais 16 pessoas. Sozinho, o ex-ministro embolsou R$ 11,8 milhões, segundo o inquérito da Polícia Federal. Todos os acusados já negaram as acusações feitas pela PF e pelo Ministério Público em outros momentos.

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Benedito Lira e seu filho Artur, que é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, foram denunciados por corrupção. Segundo as investigações da PF e da PGR, eles receberam propinas do esquem de desvios da Petrobras.


O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, indicado para o cargo pelo PP, afirmou em sua delação premiada que o senador lhe solicitou R$ 1 milhão para sua campanha ao Senado em 2010. Os valores foram pedidos por meio do doleiro Alberto Youssef. ;Os valores supostamente repassados a Benedito de Lira foram provenientes de repasses ilícitos, decorrentes de sobrepreço em obras;, afirma a PGR em uma petição de março, que está anexada à denúncia apresentada hoje. O valor do pagamento está em uma agenda de Paulo Roberto, apreendida pela PF, em que se vê a anotação ;1,0 BL;, iniciais do senador.


Crime eleitoral


Na denúncia contra Aníbal Gomes, ao apurar suspeitas de que o deputado intermediou um pagamento de propina do esquema da Petrobras para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), os investigadores encontraram um crime eleitoral. A denúncia poderá ser relatada por outro ministro do STF, por não ter relação com o caso.


Na prestação de contas eleitoral, o deputado informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pagou R$ 207 mil do próprio bolso em sua campanha eleitoral de 2014. Mas, em depoimento em 27 de agosto passado, afirmou que, na verdade, esse valor incluía pelo menos R$ 100 mil em doações de terceiros, ;principalmente por amigos e parentes;. Essas pessoas não foram identificadas à Justiça Eleitoral.


O depoimento de Gomes foi usado contra ele. ;A conduta narrada foi lesiva ao processo eleitoral por conspurcar o dever de transparência dos candidatos ao declararem seus gastos de campanha;, diz a denúncia do procurador-geral da República Rodrigo Janot, assinada em 2 de setembro.

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