Politica

Lava-Jato: R$ 411 milhões em transações suspeitas

Movimentação abasteceu diversas contas, entre elas as de Eduardo Cunha na Suíça, e envolve bancos nos EUA e de origem desconhecida, além de offshores

Eduardo Militão
postado em 18/10/2015 08:00
Patrimônio de Eduardo Cunha é 37 vezes superior ao declarado à Justiça, diz Procuradoria-Geral da República
O mapa da movimentação financeira do esquema que inclui as contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Suíça soma, pelo menos, R$ 411 milhões. O registro aponta para a existência de 58 transações em 29 contas bancárias. É o que aponta levantamento do Correio sobre parte de documentos que o Ministério Público da Confederação (MPC), da Suíça, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR). As transações foram realizadas entre 2007 e 2014 e têm como operadores o lobista João Augusto Henriques e o empresário português Idalécio de Oliveira, dono da Companhia Beninoise de Hydrocarbures e Lusitânia Petroleum. Os dados embasam o inquérito contra Eduardo Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na PGR.

A procuradoria suspeita que Cunha recebeu 1,3 milhão de francos suíços como propina pelo fato de a Petrobras ter pagado US$ 34,5 milhões por metade de um campo de petróleo em Benin, na costa oeste da África. O parlamentar já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal por supostamente ganhar propina pela venda de navios para a petroleira brasileira. Cunha nega todas as acusações e afirma que não possui nenhuma conta no exterior ou em empresa offshore.

De toda a movimentação, 90%, o equivalente a R$ 370 milhões, se referem a transações feitas a partir de pagamentos da Petrobras a Idalécio de Oliveira. O português repassou, a título de ;taxa de sucesso;, US$ 10 milhões (R$ 38,7 milhões) a Henriques, ex-funcionário da Petrobras ligado ao PMDB.

Da conta Acona, de Henriques, R$ 5,3 milhões seguiram para Eduardo Cunha. O restante ainda é um mistério (leia abaixo). Quatro contas de Cunha e sua mulher, Cláudia Cruz, na Suíça, participaram de dezenas de transações com contas fora do país europeu, inclusive com uma dele próprio no banco Merrill Lynch, nos Estados Unidos. Cláudia utilizou US$ 1 milhão para bancar cartões de créditos internacionais, aulas de inglês, academias de tênis, MBA e recursos para uma de suas filhas. Todas essas transações somam R$ 41 milhões, bem mais do que Cunha recebeu do lobista Henriques.

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