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Agente da Polícia Federal é rosto conhecido na Operação Lava-Jato

Membro da PF desde 1976, Newton Ishii foi preso em flagrante pela própria corporação, em 2003, mas foi reintegrado aos quadros após decisão judicial

postado em 27/11/2015 14:33

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O agente da Polícia Federal Newton Hidenori Ishii é um dos rostos mais conhecidos e inusitados da Operação Lava-Jato. Todo preso que chega na carceragem de Curitiba, ou é transferido, aparece ao lado do policial em toda e qualquer foto. Foi assim com José Carlos Bumlai, Marcelo Odebrecht, João Vaccari Neto, Pedro Corrêa, Ricardo Pessoa... Todos com Ishii, que quase sempre está de óculos escuros e colete.

Com a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), a atenção dos leitores se voltou novamente para Ishii por conta do diálogo gravado entre o parlamentar; Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró; Bernardo Cerveró e Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Amaral. Ribeiro afirmou que Ishii, rotulado por Ferreira como ;japonês bonzinho;, é o responsável pelo vazamento da delação premiada do ex-diretor da estatal, além de o acusar de vender informações. Na tarde de hoje, a Polícia Federal no Paraná vai ouvir Cerveró para apurar o vazamento da delação. Ishii também deve depor, em outra data.

[SAIBAMAIS]

Membro da PF desde 1976, Newton Ishii foi preso em flagrante pela própria corporação, em 2003, mas foi reintegrado aos quadros após decisão judicial. A Operação Sucuri, da Polícia Federal, começou no fim de 2002 e revelou que 23 agentes, sete técnicos da Receita Federal e três Policiais Rodoviários Federais estavam envolvidos com facilitação de contrabando em Foz do Iguaçu, que fica na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Após a prisão, Ishii se aposentou em outubro de 2003, mas, em abril de 2014, a aposentadoria foi revogada e ele retornou à atividade.



De acordo com o Ministério Público Federal, os servidores públicos deixavam veículos contendo mercadorias contrabandeadas, conduzidos por outros intregrantes do grupo, entrarem no Brasil sem a devida fiscalização. As penas variaram entre oito anos, um mês e 20 dias de prisão; 160 dias-multa a quatro anos e oito meses de reclusão e 100 dias-multa. O Superior Tribunal de Justiça, em 2012, confirmou a reintegração de Ishii, anulando o processo administrativo disciplinar de 2009 que determinava a demissão de alguns dos policiais envolvidos. A Polícia Federal informou que o agente, após ser inocentado e reintegrado, trabalha normalmente e não passa por nenhuma distinção no ambiente de trabalho devido ao caso.

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