Naira Trindade
postado em 11/03/2016 06:00
Diante de uma crescente onda de violência contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação, o ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, recebeu ontem no Palácio do Planalto representantes das associações das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), de Rádio e Televisão (Abratel), de Editores de Revistas (Aner) e de Jornais (ANJ). Na reunião, foi pedido que o Ministério da Justiça reveja políticas de proteção aos profissionais da imprensa.[SAIBAMAIS]O presidente da Abert, Daniel Slaviero, demonstrou preocupação sobre o que chamou de atual ;inversão de valores; nos casos em que microfones, câmeras e celulares dos profissionais de imprensa estão sendo considerados ;muitas vezes pelos policiais como uma arma;, que, na maioria das vezes, ;têm agredido; os jornalistas. Para Slaviero, há um ;equívoco;, em que profissionais de comunicação são vistos como protagonistas do processo político. ;E não são. Simplesmente reportam os fatos à sociedade brasileira;, defendeu.
;Nós temos visto uma escalada de violência nos últimos dias, em que profissionais têm sido agredidos, emissoras têm sido invadidas, pichadas e danificadas. Isso, no nosso entendimento, é inadmissível, atenta contra um Estado de Direito Democrático. Está tendo um equívoco e algumas pessoas estão confundindo que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político. Eles não são, simplesmente informam os fatos para a sociedade;, declarou o presidente da Abert.
Leia mais em Política
O ministro reafirmou o compromisso da presidente Dilma com a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão e garantiu que o documento entregue pelas entidades chegará às mãos da presidente. ;Em posse dessa manifestação, encaminharei às áreas competentes do governo, farei chegar cópia da manifestação a presidente Dilma, ao Ministério da Justiça, de forma mais específica, para que se apure dentro daquilo que compete ao governo federal para que possamos tomar providências cabíveis;, afirmou.
Respeito
Dados da Abert mostram que de janeiro até os primeiros dias de março foram registrados 57 casos de violência contra jornalistas. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também divulgou nota de repúdio à violência e pede pela integridade do trabalho dos jornalistas. ;Dirige-se ao ministro da Justiça, exigindo que garanta a integridade e o trabalho dos jornalistas; que respeitada a autonomia dos Estados, oriente às forças policiais a não só evitar agressões como salvaguardar aos jornalistas o livre exercício da profissão;, requer, por nota oficial. A Fenaj pede também que sociedade e empresas respeitem os profissionais de imprensa.