Politica

Dilma nega reforma ministerial e ataca 'pautas-bomba' do Congresso

Em cerimônia de apresentação do novo avião cargueiro de fabricação brasileira, presidente diz que o governo não discute trocas imediatas na Esplanada e chama processo de impeachment na Câmara de "golpe"

Ivan Iunes
postado em 05/04/2016 10:35
A presidente da República, Dilma Rousseff, chamou de especulações as notícias de que esteja discutindo uma reforma ministerial e voltou a classificar como tentativa de golpe o processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados. Ao lado do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a petista participou, nesta manhã de terça-feira (5/4), da apresentação do avião cargueiro KC-390. O modelo foi projetado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e construído pela Embraer.

Dilma chegou de helicóptero e visitou o interior da aeronave, que substituirá os cargueiros atuais. O governo brasileiro encomendou 28 aviões to tipo KC-390 por R$ 7,2 bilhões. Ele tem capacidade de transportas até 26 toneladas de cargas e pode ser utilizado também em operações de busca, resgate, evacuação transporte de militares, reabastecimento e combate a incêndio.

De acordo com a presidente, o governo não avalia mudança de ministro hoje, mas não descartou trocas depois da votação do impeachment. ;Especulações que fazem sobre ministérios, mudanças no governo, são especulações sem base na verdade, sem consulta ao Palácio do Planalto. (...) O governo não está avaliando nenhuma mudança hoje;, disse Dilma. Responsável pela articulação política do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria negociando pastas com PR, PSD e PP em troca de apoio ao governo na votação do impeachment.

A presidente voltou a acusar o processo em concurso na Câmara dos Deputados como uma tentativa de golpe e defendeu que um possível afastamento da Presidência devido às pedaladas fiscais não pacificará o país. ;Acham que, ao de tirar um governo legitimamente eleito, esse país vai ficar tranquilo e virá uma pacificação. Não virá. Quando você rompe um contrato dessa magnitude, que é um contrato base do presidencialismo, 54 milhões de votos, você rompe contratos em geral. Você rompe a base da estrutura democrática do país;, acusou.

A petista também criticou a tramitação de propostas no Congresso, as chamadas "pautas-bomba", que aumentam a instabilidade na economia. ;Há uma proposta que é uma pauta bomba de hidrogênio ao transformar a correção da dívida dos estados em juros simples. Eu pergunto, quem consegue empréstimos hoje a juros simples?;

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