Politica

Deputado Abel Galinha (DEM) abre votação do pedido do impeachment de Dilma

Ronaldo Lessa encerrará os trabalhos. Os dois parlamentares são novatos na Câmara

Antonio Temóteo
postado em 16/04/2016 06:05

Ronaldo Lessa encerrará os trabalhos. Os dois parlamentares são novatos na Câmara

Dois parlamentares novatos na Câmara dos Deputados terão papel de destaque na sessão de amanhã que decidirá se processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff será encaminhado ao Senado. O primeiro congressista a votar será Abel Mesquita Júnior (DEM), dono de uma rede de postos de combustível em Roraima. Ele já declarou ser favorável ao impedimento da chefe do Executivo e disse preparar uma ;surpresa; para o momento do anúncio em plenário. O último que manifestará sobre o afastamento de Dilma é o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT-AL). Entretanto, ainda não definiu o voto.

Abel Mesquita foi vereador em Boa Vista antes de chegar à Câmara. Conhecido popularmente na cidade como Abel Galinha, ele ganhou a apelido porque o pai era avicultor e tinha uma granja. A alcunha também dá nome à rede de postos, que segundo registros do Portal da Transparência recebeu R$ 1,2 milhão do governo federal no último ano. Desse total, R$ 262 mil foram pagos pela Superintendência da Polícia Federal em Roraima, pelo Ministério da Agriculta e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Antes se filiar ao Democratas a pouco mais de um mês, o parlamentar passou pelo PDT e pelo PMB.

Na Câmara, Abel Galinha é integrante da comissão especial para regulamentação de postos de combustível, tema de seu interesse particular, e das CPIs da Funai e do Incra. Enquanto vereador se envolveu em uma polêmica pelo fato de gastar R$ 80 mil da Câmara Municipal de Boa Vista para abastecer os carros que usava nos postos da sua própria rede. Conforme o deputado, a discussão do impeachment de Dilma é um momento histórico para o Brasil. ;Meu voto tem como base as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no processo das pedaladas fiscais;, justificou.

O parlamentar afirmou que é cobrado pelos eleitores no estado para que vote pelo afastamento da chefe do Executivo. Além disso, ele destacou que a própria família faz coro pelo fim do mandato de Dilma, mas acompanharão a votação em Boa Vista. ;Cada um cumpre o seu papel. Eu na Câmara e eles tomando conta dos negócios. Eles até queriam estar aqui comigo, mas não é possível;, comentou. Abel Galinha avalia que o país precisa recuperar a credibilidade perdida durante a gestão petista para que os empresários voltem a investir e gerar empregos.

Indecisão
Ex-governador de Alagoas e deputado federal de primeira legislatura, Ronaldo Lessa relembrou que esteve em situação semelhante à de Dilma quando comandava o Executivo estadual. Assim que tomou posse, sofreu um pedido de intervenção no Supremo Tribunal Federal (STF) por não pagar R$ 65 milhões de duodécimos atrasados a juízes e desembargadores estaduais, além de parlamentares. Na época, o ministro Carlos Velloso presidia o STF e mediou um acordo para que os pagamentos fossem parcelados. Lessa ainda sofreu com a formação de um grupo de 14 dos 21 deputados estaduais que faziam oposição ao governo. ;Passei um ano sem aprovar nada no Legislativo;, contou.

Ele comentou que nunca imaginou que participaria de um processo de impeachment e disse já ter recebido mais de 8 mil e-mails, em sua maioria, pedindo que apoie o impedimento da chefe do Executivo. Conforme ele, a família o cobra para votar a favor do afastamento de Dilma, entretanto ele teme que a democracia e o Estado de direito sejam prejudicados. ;Não me restam dúvidas do desastre desse governo. Votei na Dilma, sou do PDT, mas me senti lesado com aumento da inflação e com a corrupção. O desgaste do Executivo é concreto e tenho dúvidas de que, em caso de vitória, o PT terá condições de se reorganizar para conseguir governar;, alertou.

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