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"Dono de avião" entregou propina para Campos e Bezerra Coelho, diz MPF

Em parecer, procurador detalha o esquema de pagamento de suborno para políticos em dinheiro vivo

postado em 22/06/2016 15:04
O Ministério Público Federal atesta, com base em informações da Operação Turbulência, que o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, dono do avião que caiu durante campanha presidencial de 2014 com Eduardo Campos, em Santos, foi reconhecido por ex-funcionários da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar propina devida pela construtora ao ex-governador de Pernambuco e ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

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O Correio teve acesso à integra do inquérito da Polícia Federal que desencadeou a Operação Turbulência. Em parecer encaminhado à juíza da 4; Vara Federal Amanda Torres Lucena da Justiça Federal em Pernambuco, no dia 16 de junho, que expediu os mandados de prisão contra cinco líderes do grupo criminoso, o procurador da República Cláudio Henrique Dias detalha o esquema de pagamento de suborno para políticos em dinheiro vivo. ;(João Carlos Pessoa de Melo Filho) Foi também reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras na refinaria Abreu e Lima;, atesta.

Em parecer, procurador detalha o esquema de pagamento de suborno para políticos em dinheiro vivo

[SAIBAMAIS] O MPF diz, com base nas informações da PF, que João Carlos controla as movimentações ;de branqueamento de recursos através das contas de pessoas físicas e jurídicas investigadas, sendo autor de diversas operações financeiras suspeitas;. O inquérito da Polícia Federal, que utilizou informações compartilhadas pela Lava-Jato, também envolve a empreiteira OAS. João Carlos ;foi reconhecido pelos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales como viabilizador da venda de dinheiro em espécie para pagamento de vantagens indevidas pela OAS, cobrando taxa de 2% sobre o montante total e indicado às contas de diversas pessoas físicas e jurídicas para o recebimento dos recursos;.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, garante que não houve caixa 2. Ele alega que o partido tem ;plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos.; Fernando Bezerra Coelho declarou, por meio de nota, que ;repudia; a vinculação dele ao caso. Apesar de ser citado nos autos, a assessoria do parlamentar comunicou em nota que ;o senador não é sequer mencionado nos autos da investigação;. Ele diz que não foi coordenador das campanhas de Eduardo em 2010 e 2014.

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