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Moraes é favorável à pena maior para jovem que cometer crime hediondo

Ele defende que haja proporcionalidade nas penas definidas para menores de 18 anos que cometerem esses crimes

Natália Lambert, Antonio Temóteo
postado em 21/02/2017 18:00
O debate sobre a redução da maioridade penal é uma das bandeiras do ministro da Justiça licenciado, Alexandre de Moraes. Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, nesta terça-feira (21/2), para ocupar o posto de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele defende que haja proporcionalidade nas penas definidas para menores de 18 anos que cometerem crimes hediondos.

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Em resposta ao senador Magno Malta (PR-ES) a Constituição Federal já recebeu 101 emendas, mas há um tabu quando as discussões se referem a revisões do estatuto da criança e do adolescente. Para ele, jovens que cometem crimes hediondos devem cumprir pena de até 10 anos e após completar 18 anos devem ser separados dos demais jovens, mas não enviados para os presídios comuns. "Eles viram líderes e incentivam a violência. O projeto foi aprovado no Senado e deve ser votado na Câmara", destacou.

O ministro licenciado ainda disse que não pode se manifestar sobre a liberação das drogas no país e o aborto porque os temas serão votados pelo STF nos próximos meses. Moraes ainda detalhou que tratará os parlamentares com a mesma cortesia que recebeu, mesmo dos oposicionistas, e os receberá em seu gabinete quando audiências forem solicitadas.

Lei das drogas


Respeitando a decisão de Alexandre de Moraes de não se posicionar sobre a descriminalização das drogas por causa de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) perguntou ao ministro licenciado sobre a importância na mudança na lei de drogas para que se faça uma clara distinção entre usuários e traficantes para diminuir a superlotação nas cadeias. ;É primordial uma diferenciação entre o usuário e o traficante ligado à facção criminosa. O usuário não pode ser punido com restrição de liberdade. Estamos dando soldados à criminalidade organizada;, respondeu Moraes.
Além disso, Valadares indagou Moraes sobre o projeto que tramita no Senado que pretende regulamentar os jogos de azar no país. O ministro da Justiça licenciado explicou que a Constituição Federação não trata sobre isso e que o tema depende totalmente do Congresso. ;Caso haja a vontade legislativa, a questão da fiscalização deve ser tratada. Não é porque não temos jogos de azar que não temos lavagem de dinheiro. O mais importante é verificar o modelo a ser adotado a ser adotado.;

Celeridade


Depois de sete horas de sabatina, usadas na maioria por senadores da oposição, governistas começam a desistir de indagar Alexandre de Moraes, para dar celeridade ao processo e a aprovação do nome vá ao plenário ainda hoje.
O tucano Aloysio Nunes (SP) aproveitou os 10 minutos de fala para elogiar o sabatinar e criticar decisões monocráticas no Supremo por meio de liminares, entre elas, as decisão do ministro Luiz Fux de mandar o Senado devolver o projeto anticorrupção à Câmara para a auditoria de 2 milhões de assinaturas. ;Algumas liminares acabam a gerar prejuízo pra todo o erário publico. Passo a preocupação na certeza de que o senhor vai atuar no sentido de evitar esse desvio de finalidade.;
Também em meio a elogios, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) buscou soluções para diminuir a quantidade de processos que chegam ao Supremo e questionou Moraes sobre soluções para o sistema penal brasileiro, entre elas, as penas alternativas. ;Só teremos de verdade uma alteração no sistema penitenciário quando deixarmos de prender muito e prender mal. Passamos a qualitativamente e não quantitativamente. Mas nada adianta se não fiscalizarmos a prestação de serviço à comunidade. E isso depende muito menos de dinheiro do que de vontade política;, comentou Moraes.

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