Politica

Quatro grandes obras no DF assombram políticos envolvidos na Lava-Jato

O temor instalado entre políticos de Brasília com a Lava-Jato envolve quatro dos maiores empreendimentos lançados nos últimos anos na capital do país

Ana Maria Campos
postado em 17/03/2017 06:37
Estádio Mané Garrincha
A Operação Lava-Jato chega ao Distrito Federal envolvendo quatro dos maiores empreendimentos lançados nos últimos anos na capital do país. Executivos da Odebrecht, em delação premiada, relataram acordos relacionados à execução de duas parcerias público-privadas (PPP): a do Centro Administrativo de Taguatinga (Centrad) e do Setor Habitacional Jardim Mangueiral.

Centro Administrativo de Brasília

A Andrade Gutierrez, que também está sob investigação, com delação, executou, em consórcio com outras empresas, a reforma do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e a implantação do VLP do BR-Sul, ligando Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. Iniciadas na administração de José Roberto Arruda (PR), as obras foram realizadas pelo governo de Agnelo Queiroz (PT).

Jardins Mangueiral

Bolada em quatro anos

Entre 2009 e 2015, a Andrade Gutierrez recebeu dos cofres públicos locais R$ 898,6 milhões. Quase tudo entre 2011 e 2014, na administração de Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB). Foram R$ 856,5 milhões nesse período.

Sistema de transporte BRT

No caso do Centro Administrativo de Taguatinga (Centrad), ainda não saiu nenhum tostão dos cofres públicos do GDF. Mas o consórcio integrado pelas empresas Odebrecht e Via Engenharia obteve um financiamento da Caixa Econômica Federal de R$ 604.084.035,77. O contrato foi assinado em 28 de junho de 2013. Um dos problemas hoje é definir que bens do GDF podem honrar a PPP. O empréstimo foi liberado pela Caixa sem a definição das garantias que podem honrar o débito. Sem assinar o contrato com o governo Rollemberg, o consórcio ainda está em dívida com a Caixa.

Lista envolve políticos do DF

As delações de executivos da empreiteira Odebrecht atingiram em cheio a política brasiliense. Conforme divulgado pelo Correio, em reportagens publicadas no blog CB.Poder, ao menos seis políticos conhecidos do eleitor do Distrito Federal estão na lista de nomes que devem ser investigados em instâncias fora do Supremo Tribunal Federal (STF). São eles: os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT); o ex-vice-governador e atual assessor especial do presidente Michel Temer, Tadeu Filippelli (PMDB); o ex-senador Gim Argello; o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT); e o deputado distrital Robério Negreiros (PSDB). Os seis citados ocuparam cargos importantes no Legislativo e Executivo do Distrito Federal.

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