Politica

Grupos a favor do impeachment de Dilma voltam às ruas em protestos

Manifestantes protestam em defesa da Lava-Jato

postado em 26/03/2017 08:00
Grupos prometem críticas aos políticos em ao menos 90 cidades brasileiras

Sete meses depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, os grupos que organizaram as manifestações pelo afastamento da petista voltam hoje às ruas. Em ao menos 90 cidades brasileiras, os ativistas farão um discurso que bate de frente com o dos políticos que os apoiaram no ano passado e apresentarão uma pauta mais difusa e menos palatável do que o antipetismo que caracterizou os protestos que levaram milhões contra a presidente cassada ; o que faz com que a expectativa de público seja menor do que em atos anteriores.

As bandeiras comuns aos principais grupos desta vez são o fim do foro privilegiado, o repúdio à proposta de lista fechada nas eleições ; modelo em que o eleitor vota em uma lista de candidatos predefinida pelo partido ; e o apoio à Operação Lava-Jato. A maioria dos movimentos faz críticas ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais e ao aumento do Fundo Partidário. Com exceção do Vem Pra Rua, também apoiam a revogação do Estatuto do Desarmamento, uma pauta até então ausente.

;A população está desarmada. Os bandidos, não;, disse a porta-voz do NasRuas, Carla Zambelli. Na Avenida Paulista, região central de São Paulo, também haverá grupos pedindo a intervenção militar. Em Brasília, a concentração será na Esplanada dos Ministérios, a partir das 10h.

Os protestos ocorrem duas semanas depois das manifestações contra a reforma da Previdência, organizadas por centrais sindicais e entidades ligadas a movimentos sociais, que levaram milhares às ruas em 17 Estados, nas quais foram ouvidos gritos de ;fora, Temer;.

Para os organizadores, os atos deste domingo não são um contraponto aos de 15 de março. ;Não estou preocupado em levar mais pessoas do que no ato contra a reforma da Previdência. Estou preocupado em levar essas pautas para as ruas e deixar a população consciente com o que está acontecendo;, disse o empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua. Em São Paulo, o grupo estará com carro de som estacionado em frente ao Masp.

Políticos

Partidos e políticos que em 2015 disputaram a atenção dos grupos e até participaram de atos desta vez passarão longe. ;PT, PSDB, PMDB e DEM, me parece, convergem para a lista fechada e para o financiamento público (de campanha). Convergem para fatos que visam à própria sobrevivência e à manutenção de privilégios;, afirmou Chequer.

Apesar do tom crítico aos políticos e ao governo federal, os principais grupos descartam adotar o grito de ;fora, Temer; no alto de seus carros de som. O argumento é de que, por enquanto, não há provas do envolvimento direto do presidente em atos ilícitos.

Pedido de anulação

A ex-presidente Dilma Rousseff entrou com um pedido para que os depoimentos prestados por nove ex-executivos da Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sejam anulados. A defesa da petista argumentou que não houve tempo para responder às acusações feitas, o que configura ;brutal ofensa; ao princípio da ampla defesa. A ex-presidente também teve indeferidos pelo relator que analisa a ação de cassação da chapa Dilma-Temer os pedidos de depoimentos de testemunha. Na sexta-feira, o presidente Michel Temer também solicitou ao TSE a anulação das oitivas dos ex-executivos da empreiteira e a separação das contas da campanha.

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