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Ministro de Minas e Energia diz que aguardará reuniões do PSB para decidir

"Os últimos dias não têm sido fáceis, tenho conversado com muitos na bancada e no parlamento para poder interpretar esse momento que estamos vivendo", escreveu o ministro

Agência Estado
postado em 22/05/2017 10:33
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, do PSB de Pernambuco, disse a deputados por meio de mensagem pelo WhatsApp que aguardará a realização da reunião da bancada na Câmara na terça-feira (23/5), e a do Senado na quarta-feira (24/5), para a sua "final avaliação" sobre se deixa ou continua no governo de Michel Temer, mergulhado em grave crise política depois da delação dos donos da JBS. Segundo o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, a intenção de Coelho filho é de permanecer no cargo.

"Os últimos dias não têm sido fáceis, tenho conversado com muitos na bancada e no parlamento para poder interpretar esse momento que estamos vivendo", escreveu o ministro. "O mais fácil e mais cômodo, sem dúvida nenhuma, seria entregar o cargo o quanto antes. Porém, os meus princípios me afastam da comodidade da covardia e me fazem ter a necessária consideração e respeito com as pessoas que me prestaram sua total confiança, incluindo logicamente a bancada do meu partido, com quem irei debater minha situação antes de qualquer posicionamento definitivo", acrescentou.

[SAIBAMAIS]Em reunião no sábado, o PSB decidiu desembarcar do governo, mas não estabeleceu punição para quem permanecesse. No entanto, dirigentes e deputados do PSB da ala que faz forte oposição ao presidente Michel Temer pedem a expulsão do ministro do partido por ficar no cargo mesmo após a legenda decidir oficialmente romper com o governo.

A expulsão já foi defendida por parlamentares e integrantes da direção nacional do PSB nos grupos de WhatsApp do partido. "Vamos representar contra o Fernando Bezerra Filho. #ForaFernandoBezerraFilho", escreveu Joilson do Nascimento, secretário sindical e membro da executiva nacional do PSB.

O ministro, que é deputado licenciado, e outros parlamentares do PSB já respondem a processo que pode levar à cassação no partido, por terem votado a favor da reforma trabalhista durante na Câmara, em abril deste ano, contrariando decisão da sigla de fechar questão contra a proposta.

O rompimento com o governo Temer foi defendido pela ala do PSB ligada ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, mesmo grupo do ex-governador do Estado Eduardo Campos. Esse grupo já defendia independência da sigla em relação ao governo antes mesmo da divulgação da delação da JBS.

O grupo de Fernando Coelho Filho, porém, sempre foi contra e quer permanecer no governo. Compõem esse grupo, o pai do ministro, o senador Fernando Bezerra (PE), e a líder do partido na Câmara, Tereza Cristina (MS), entre outros parlamentares.

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