Politica

"Moro tem de prestar contas para a história", diz ex-presidente Lula

Em discurso na sede do PT, Lula disse que vai recorrer da sentença dada por Moro e acusa juiz de condená-lo por motivações políticas e sem provas. Depois, diz que vai se candidatar em 2018 e que 'está no jogo'

Humberto Rezende
postado em 13/07/2017 12:47
Lula com cara brava, microfone em punho e dedo em riste, com fundo preto
Um dia depois de ser, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para o ataque. Em pronunciamento, nesta quinta-feira (13/7), na sede do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo, Lula afirmou que a sentença de Moro, assim como a acusação do Ministério Público, teve motivação política e não se baseou em provas. Depois, o petista reafirmou que pretende concorrer à Presidência da República em 2018.

"O Moro não tem de prestar contas para mim. Tem de prestar contas para a história, assim como eu. É a história que vai dizer quem está certo", discursou Lula, tendo ao seu lado a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o escritor Raduan Nassar e seu advogado Cristiano Martins, além de diversos militantes e lideranças políticas.
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Lula ressaltou que suas críticas não eram dirigidas à Justiça nem ao Ministério Público Federal como um todo, mas a membros dessas instituições que agem de maneira "política". "Não falo da instituição (MPF) porque acredito tanto nela que a fiz mais forte quando cheguei (à Presidência). Falo dos procuradores que atuam na Lava-Jato", disse.

[SAIBAMAIS]Segundo Lula, os procuradores inventaram uma mentira sobre a propriedade do tríplex no Guarujá, que lhe rendeu a primeira condenação, e foram repetindo essa mentira, sem, na sua opinião, apresentar provas. "A única prova que existe nesse processo é a prova da minha inocência. Eu ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova. O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é ser condenado por pessoas que contaram uma mentira e ficaram contando essa mentira", atacou.

Lula mencionou um documento rasurado que indicava a posse do tríplex e não continha sua assinatura. Também questionou a validade do depoimento do ex-dono da OAS, Leo Pinheiro, que alterou sua versão ao longo do processo. Por fim, disse que pode processar Moro por causa da sentença proferida na quarta-feira. "Queria dizer que minha indignação não me faz perder a crença de que ainda existe Justiça nesse país e por isso vamos recorrer. E acho que devemos abrir um processo contra essa sentença. Temos de processar quem mentir."

De olho em 2018


Ao fim de seu discurso, Lula reafirmou seu desejo de concorrer à Presidência em 2018. "A partir de agora, vou reivindicar do PT o direito de me colocar como postulante ao cargo de presidente em 2018", disse, arrancando gritos dos presentes, que imediatamente puxaram o coro "Brasil, urgente, Lula presidente". "Se alguém pensa que, com essa sentença, me tiraram do jogo, pode saber que eu ainda estou no jogo."

A fala de Lula foi apoiada por Gleisi. "Lula, você não é candidato do PT, mas de parcela expressiva da população brasileira. O PT será instrumento para realizar o desejo dessas pessoas", afirmou a senadora e presidente do partido.




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