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Líder do PT na Câmara diz que Palocci não tem provas contra Lula

O ex-ministro da Fazenda de Lula disse que o ex-presidente avalizou pagamento de R$ 300 milhões em propina ao PT pela Odebrecht entre o final de seu governo e os primeiros anos do governo Dilma

Agência Estado
postado em 06/09/2017 19:46
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), reagiu nesta quarta-feira (6/9) ao depoimento do ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci, que incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ação sobre propinas da Odebrecht. Para Zarattini, Palocci não apresentou provas.
"É tudo um disse, disse. Se tiver alguma prova de que esses ;disses; estão gravados... Mas me parece que é muito difícil ter uma comprovação. Para condenar o Lula, vão ter que usar a teoria do domínio de fato, que vamos ter que aplicar aí para o Janot, que sabia que Miller negociava a delação com a JBS", disse o deputado petista.

Zarattini se referia ao ex-procurador da República Marcelo Miller, que era um dos principais auxiliares do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, na PGR, mas que deixou o órgão no início deste ano para virar advogado de escritório que atendia o grupo J. Coube a Miller, por exemplo, negociar o acordo de leniência do grupo.

[SAIBAMAIS]Nesta semana, Janot determinou abertura de investigação para apurar irregularidades na delação do empresário Joesley Batista e mais dois delatores do grupo J: Ricardo Saud e Francisco de Assis Silva. A decisão foi tomada com base em áudio de conversa entre Joesley e Saud, que revela o que Janot chamou de indícios de "crimes gravíssimos" de Miller.

O líder do PT ainda criticou o sistema de delações premiadas, o qual Palocci negocia. "Nesse sistema que está sendo usado, o cara é condenado a penas altíssimas e aí oferecem a ele uma porta de saída, que é incriminar alguém, de preferência o Lula. Se fizer isso, vai obter redução de pena", declarou.

Palocci incriminou Lula durante depoimento nesta quarta-feira, 6, ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato na primeira instância. O ex-ministro da Fazenda de Lula disse que o ex-presidente avalizou pagamento de R$ 300 milhões em propina ao PT pela Odebrecht entre o final de seu governo e os primeiros anos do governo Dilma.

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